terça-feira, 29 de outubro de 2019

Sobre "A Dakimakura Flutuante", de Camillo José




Por Germano Xavier


(Cepe, 2017)



Dakimakura: travesseiro pop gigantesco. Coisas de uma Ásia vaporwave, e de um mundo caótico. Cáustico. Para dormir abraçado (o travesseiro). Mas só ele abraça. Nada mais abraça. Só abarca. Livro diferentão. Diferentão mesmo. Todo quebrado. Todo cheio de cacos. Experimental: a poesia de Camillo José. Línguas e linguagens dançando em uns anos-80-quase-anos-90. Séculos integrados. Amor e computador. Rebeldia e entrega. Deus-dinheiro. Capitalismos das cores. Poesia sem crítica. Algo a se pensar.

Segundo livro de poesia do cara. Uma viagem. Mesmo! "A dakimakura flutuante", título inteiriço. Dono do "Chave de espadas" (Patuá, 2013), Camillo é total no que nos entrega do segundo petardo. Referências de onde nem sei, mas-que. Cultos e culturismos, culturalidades, culturas. Doses cavalares de uma nipônica estética vaporwave misturada com tantas outras reentrâncias. Filmes, desenhos, pandemônios adolescentes, internet revirada ao avesso, prismáticos envenenamentos de consciência. Trans-psicodelia. O mais-que-moderno. Livro para se ler inúmeras vezes e tentar algo.

Com a publicação, Camillo foi o vencedor do 4º Prêmio Pernambuco de Literatura, em 2016. 


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