quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Invisível aos olhos, o amor


 

por Germano Xavier


para Débora Xavier


as coisas são assim

simplesmente acontecem

como quem nunca espera o trem

da vida na primeira hora do dia

como quem jamais se ancorou na quimera

e nos sonhos sem cor: e estamos

onde estamos?


(tu)

chegaste como o sol 

que me banhou a pele na mais memorável

das semanas (e dentro do Tempo: uma espera de almas)

que se reconhecem na aurora dos sons

no alvorecer dos sorrisos

na boca úmida sem o beijo

na força humana do querer


quem me dirá que a noite já me era dona

na redoma das demoras e dos fastios?

mas você me retirou da imperiosa

sanha de morte dos meus desacontecimentos


agora tudo é fúria (tudo)

arranha e tudo forja a glória 


e a manha das manhãs nos teus olhos d'amor


em teus pulsos me leva você

ao pioneiro dos rumos: o de amar loucamente

uma mulher como quem ama

uma fé


no fim

(de tudo que agora se inicia)

fica feito em êxito o novo em que me aposso

do tamanho do que nunca senti

originalíssima invenção do Real


aquele de ir sem desistir

mistério fundado em te amar

e só



* Imagem: Google

4 comentários:

Anônimo disse...

Você tem a alma de um poeta, e eu carrego em meu peito o anseio por poesia. Agradeço por sua existência, meu querido. Sempre sonhei em receber um poema, e hoje me deparo com essas palavras que ressoam em minha alma. Você é tudo em minha vida.

Anônimo disse...

Eu te amo, meu amor.
Com carinho, Débora Xavier.

Germano Viana Xavier disse...

Obrigado por reconhecer tudo isso, Débora. Você merece toda palavra de amor.

Germano Viana Xavier disse...

Também te amo, Débora Xavier.