por Germano Xavier
para Débora Xavier
as coisas são assim
simplesmente acontecem
como quem nunca espera o trem
da vida na primeira hora do dia
como quem jamais se ancorou na quimera
e nos sonhos sem cor: e estamos
cá
onde estamos?
(tu)
chegaste como o sol
que me banhou a pele na mais memorável
das semanas (e dentro do Tempo: uma espera de almas)
que se reconhecem na aurora dos sons
no alvorecer dos sorrisos
na boca úmida sem o beijo
na força humana do querer
quem me dirá que a noite já me era dona
na redoma das demoras e dos fastios?
mas você me retirou da imperiosa
sanha de morte dos meus desacontecimentos
agora tudo é fúria (tudo)
arranha e tudo forja a glória
e a manha das manhãs nos teus olhos d'amor
em teus pulsos me leva você
ao pioneiro dos rumos: o de amar loucamente
uma mulher como quem ama
uma fé
no fim
(de tudo que agora se inicia)
fica feito em êxito o novo em que me aposso
do tamanho do que nunca senti
originalíssima invenção do Real
aquele de ir sem desistir
mistério fundado em te amar
e só
* Imagem: Google
4 comentários:
Você tem a alma de um poeta, e eu carrego em meu peito o anseio por poesia. Agradeço por sua existência, meu querido. Sempre sonhei em receber um poema, e hoje me deparo com essas palavras que ressoam em minha alma. Você é tudo em minha vida.
Eu te amo, meu amor.
Com carinho, Débora Xavier.
Obrigado por reconhecer tudo isso, Débora. Você merece toda palavra de amor.
Também te amo, Débora Xavier.
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