sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Sobre "O velocista", de Walter Cavalcanti Costa




Por Germano Xavier


(Cepe, 2018)


O VELOCISTA, do pernambucano Walter Cavalcanti Costa orbita pelos anéis da experimentação literária com maestria e simplicidade: Pensamentos-ideias-de-longe-e-além conferem ao livro um chassi de modernismos e de influências de vanguarda que não se escondem nem deturpam a obra. O fragmento reinventado, uma era que se inova. Como veículo reformado: possibilidades. Loucura sã na linguagem com toques importantes da teoria da literatura. Um livro sobre Jô Tadeu, afinal.

Ele, que viaja para-além, atraca e atravessa o Tempo. Memória que é Tempo. Tempo que é uma espécie de cerco. Não se escapa. Está. Estamos. Somos. Jô Tadeu deu ao autor o título de Vencedor do V Prêmio Pernambuco de Literatura. Eu, após a leitura: O que dizer? Há o que dizer? E como dizer? Minha cara de estupefação resume bem o conjunto e a proposta da obra. Um livro impiedoso. Um livro que se quer veloz, mas no íntimo.

E por falar em Jô Tadeu, lá vai um “Explicativo”: “Eu sou Jô Tadeu Tábua, sou astronauta. Sou filho da estilista Carolina Vásquez e do Professor de Ciências Contábeis João Tábua. Sou casado com Bevita Santana, a governadora do Estado de Pernambuco, no Nordeste da República Federativa do Brasil e sou irmão do artista plástico Von O’Val, que é casado com a bibliotecária Valbuena Sales, que fala sete línguas ocidentais. Sales trabalhou com meu pai, João Tábua, no local onde é hoje a biblioteca que recebe o nome dele. Tenho um filho chamado João Tadeu. Uma filha que está para nascer. Nasceu. Estou há 35 dias, seis horas e 27 minutos terrestres no espaço.”

Pá. Cal. Fumaceira branca. Ninguém nem. Só lendo, meu nobre amigo. Passa por cima de tudo o que se vê ali, nas páginas. Coisa de quem ousa. Como alguns assim fizeram. Livro chancelado. Torre de Babel. Literatura de excelência. Um salve, Walter. Pá. Cal. Vento. Mais fumaceira. Branquitude. Brumado, um. Tudo continua. Até a névoa. Não se pode ver nada. Sideralismo. Cá. Chegue. Atente-se: este é um bom manual de teoria literária. E muito contemporâneo. E.

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