por Germano Xavier
Em busca do Sena
deixei as malas no Hotel Mercure Paris La Défense
logo após o check-in. o tempo do viajante é escasso, não se pode
perdê-lo sem maiores motivações. já era noite na França
e o céu tinha a cor azul de uma típica tarde brasileira.
quebrei a Rue Baudin e desci a duplicação
do lado oposto à Place Charras.
atento, alerta, precisava de mantimentos.
uma água e algo para comer. era domingo e era sozinho.
supermercados fechados e o vazio
das ruas me fizeram esquecer necessidades.
olhei para os prédios espelhados do maior centro financeiro parisiense.
ali, entre sedes de empresas do ramo imobiliário, agências de crédito agrícola
e multinacionais, vislumbrei pela primeira vez o verde opaco do Rio Sena.
até a orla, até a orla!, aquilo era uma ordem, pensei.
la Seine, la Seine!, vociferei internamente ao vê-lo tão de perto.
águas do norte que se misturam, após tantas distâncias, ao Velho Chico.
uma ponte, em nossa direita, convocava destinos.
em junho a Europa engana os relógios do sul.
era hora de voltar ao redondel do hotel, subir
até o quarto e pensar no amanhã.
no amanhã-hoje.
porém, antes, e no topo do último posto visitável,
olhar a Paris Iluminada até onde os olhos pudessem alcançar.
(Paris, noite de 11 de junho de 2017)
2 comentários:
Hum... ver o Sena e conhecer o São Francisco. Não importa a ordem da quem vou chegar primeiro, pois está registrado o convite dos versos: "águas do norte que se misturam, após tantas distâncias, ao velho Chico./uma ponte, em nossa direta, convocava destinos".
Não sei qual dos rios vou conhecer primeiro: se o Sena ou o São Francisco, mas o convite desses versos estão registrados: "águas do norte que se misturam, após tantas distâncias, ao velho Chico./ uma ponte, em nossa direita, convocava destinos".
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