Perambulações medievais
vislumbrei Rotterdam e Antuérpia. vislumbrei.
no continuar do plano de rota o destino era a Veneza do Norte, ali
pela região dos Flandres. no entorno de seu centro, muitos jovens
e muitas bicicletas. enquanto tomava fôlego para desbravar a medieval
cidade belga, parei em um típico bar local.
um café, por favor.
antes de sair, conheci o curioso banheiro do estabelecimento.
havia uma singular atmosfera literária no ambiente.
porém, após uma rápida parada para colocar o pensamento no lugar,
entrei pelas ruas e vielas de Bruges.
canais me acompanhavam feito serpentes
a dar botes em minhas vistas extasiadas. a sensação do medievo
ainda por lá é viva, apesar das camadas capitalistas e multinacionais
que maculam qualquer aura inocentemente pura das visagens.
os ponteiros do relógio novamente me enganavam.
sete da noite e o sol era ainda uma tarde em brotos.
após uma refeição aos modos de almoço rápido,
parti para o Julgado Provincial,
para um momento musical no Campanário
e para uma subida ao Museu da Cerveja.
Bruges guardava um azul tônico no céu mesmo em alta noite.
os tijolos à mostra de suas construções seculares remetiam ao seu famoso chocolate.
quando a noite parecia já querer cair tardiamente, estava eu bem no meio da Grande Praça
a contemplar longas memórias além-Atlânticas.
ali fiquei por minutos a contemplar detalhes.
fechei as cortinas do hotel.
boa noite, Belgium.
(Tarde e noite de 14 de junho de 2017)
Imagens: Germano Xavier
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