sábado, 25 de setembro de 2021

Poemas estranhos e estrangeiros (Parte XII)


 

Por Germano Xavier


Odin e o Mar do Norte


a expectativa era bonita.

depois de muitos quilômetros, estaria eu

diante da possibilidade de tocar as águas

do Mar do Norte.


Amsterdam foi vista pelo retrovisor logo cedo.

a estrada era o meu caminho.


ao chegar em Volendam, após degustar queijos típicos,

o frio tomou conta da pele. era um primeiro sinal.

dobrei algumas vielas e corredores estreitos da pequena vila

e lá estava, o grande mar nórdico, o templo vivo dos vikings!


quando estou no centro de cosmos históricos,

consigo vislumbrar partidas e chegadas, gentes,

batalhas, alegrias e tristezas. não foi diferente ali.

o Mar do Norte me pareceu carregado de dores, 

suas espumas eram contidas, havia uma lamúria

na cor do que era líquido.


foi olhando para o Mar do Norte que descobri

que nem toda onda dança em festa de corais.


(Volendam, manhã de 16 de junho de 2017)




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