por Germano Xavier
A batalha de Rivoli
estando eu à Rue de Rivoli,
ali quase à beira do Sena,
lembrei-me novamente de Napoleão.
porém, agora (e novamente), ele pouco me importava.
eu estava literalmente ao lado do Musée du Louvre, simplesmente
o maior museu de arte do mundo.
este fato diz alguma coisa a qualquer pessoa que, de uma ou
outra forma,
ama a Arte. cruzei a rua,
conheci subsolos centrais parisienses e busquei por um
ticket.
15 euros para a entrada em um dos paraísos na Terra.
o movimento estava até tranquilo.
dava para parar várias vezes e observar
a fundo variadas peças, entre antiguidades egípcias,
gregas,
romanas, etruscas, islâmicas,
artes decorativas, esculturas, impressões, desenhos
e pinturas.
passa-se, facilmente, um dia inteiro a andar pelas galerias
do Louvre.
a Monalisa me fez recordar uma crônica do Affonso Romano de
Sant’Anna
e, com base nela, eu reafirmo: "Não deixem de viver o Louvre
por ela".
busquei Michelangelo Merisi desde o primeiro passo,
confesso.
depois de duas paradas para descanso, quando as pernas já
ardiam
em passos incontáveis, deu-se o grande encontro.
deu também vontade de chorar, de ficar ali para sempre.
depois, já sentado à margem da pirâmide exterior do Louvre,
e observando os contornos do Arc de Triomphe du Carrousel, peguei-me a pensar:
“Que me perdoem Gustave
Eiffel, Napoleão, tantos outros...
mas vejo o verde em
minha frente...”
os tons terrosos de
Caravaggio
(ainda em mente) me
aclararam, naquele instante,
impiedosas luzes.
(Paris, tarde de 12 de junho de 2017)
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