por Germano Xavier
Para além dos Inválidos
havia um café bem na frente do túmulo de Napoleão.
a França tem o estrategista e homem de guerras como um consenso
e na Église du Dôme colocou-o a descansar sob o Tempo.
eu não estava ali para vê-lo numa urna.
virei o rosto e continuei observando o café abarrotado de pessoas
em uma manhã de sol com fiapos de frio por entre as nuvens.
eu tentava captar Paris de todas as maneiras.
Rue de Grenelle, Esplanada dos Inválidos, Bonaparte....
Oh, França, teus heróis de guerra são menores ou possuem
a mesma estatura de Jean Valjean!, sussurrei.
algum tremor de terra deve ter acontecido naquele momento,
mas eu estava interessado nos caminhos:
Rodin, o café onde Sartre e Simone pensavam
nossas existências, Saint-Germain, o bairro latino, Sorbonne.
tantas referências literárias, os cemitérios, as avenidas, jardins, praças,
as cenas dos Nouvelle Vague que assisti.
foi quando olhei o relógio após longas descobertas. era o fim
daquela manhã.
no meio da rua, estiquei o olhar um pouco acima de meus ombros
e vi a alta treliça de ferro nas imediações do Campo de Marte.
Napoleão vai ter de esperar, balbuciei.
(Paris, manhã de 12 de junho de 2017)
2 comentários:
São duas viagens imperdíveis. A primeira pelos seus versos e a segunda pelas dicas em Paris.
Guardo memórias incríveis, Rozana.
Continue na carona comigo!
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