Todo texto é um hipertexto. É
justamente sobre esse alicerce fundamental que Ingedore Koch vai tentar desvendar
os segredos do texto plurilinear, ou seja, constituído de múltiplos sentidos,
repleto de ramificações, conexões e possibilidades. Koch pretende o hipertexto
como um complexo processual de construção de sentido. Resumindo, o hipertexto
como um corpo plurilinear e multiramificado. Para ela, todo texto é um
hipertexto, independentemente do suporte que utiliza, sendo que a diferença com
relação ao hipertexto eletrônico reside apenas no suporte e na velocidade com
que essas outras “direções” são acessadas. Como exemplo mais contundente, a
autora cita o exemplo do gênero reportagem, que geralmente é
circundado por boxes explicativos, sejam eles gráficos, tabelas ou mesmo
fotografias. O hipertexto possibilita ao leitor ser ele uma espécie de
construtor ou co-autor do texto, a partir do momento em que, na posse do objeto
textual, o leitor desvela diversas fontes de informação, assim como diferentes
aspectos e propriedades que só serão reveladas de forma aleatória e desfocada.
Entre as características do hipertexto, estão a não-linearidade, a
volatilidade, a territorialidade, a interatividade, o descentramento e a
multisemiose. O principal componente do hipertexto, ainda segundo a autora, é
o hiperlink, que é o dispositivo técnico-informático que permite
efetivar ágeis deslocamentos, realizar remissões de outros textos, bem como
possibilitar o acesso a outros campos informacionais. São três as funções do
hiperlink: 1) Dêitica (indicar, sugerir caminhos, enunciar e
focalizar); 2) Coesiva (entrelaçar discursos, amarrar
informações); 3) Cognitiva (“encapsulador” de cargas de
sentido, acionador de memória e de construção estratégica).
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