| Desde 2007 | Por Germano V. Xavier | Em memória de Milton de Oliveira Cardoso Júnior | + de 2.200 textos publicados |
domingo, 29 de março de 2015
quinta-feira, 19 de março de 2015
Poemas de Germano Xavier em Francês (Parte X)
quarta-feira, 11/02/15
A perder de vista
Perdre de vue
te perdre de vue
perdre la vue
ignorer la monnaie de l’Amour
perdre la trace
de la force déposée dans les mains
qui te tirent et te forcent à rentrer
de peur de se perdre à jamais
perdre du temps
nous deux, en revue, l’horizon opaque
un regard de lunette qui perce le béton
inexact
à perdre la raison
j’inaugure
le vieux sentiment
de quand le cœur résonnait sans musique
et qu’il ne traduisait que solitude
A perder de vista
Perdre de vue
te perdre de vue
perdre la vue
ignorer la monnaie de l’Amour
perdre la trace
de la force déposée dans les mains
qui te tirent et te forcent à rentrer
de peur de se perdre à jamais
perdre du temps
nous deux, en revue, l’horizon opaque
un regard de lunette qui perce le béton
inexact
à perdre la raison
j’inaugure
le vieux sentiment
de quand le cœur résonnait sans musique
et qu’il ne traduisait que solitude
* Imagem: http://www.deviantart.com/art/olhar-102545420.
quarta-feira, 11 de março de 2015
Poemas de Germano Xavier em Francês (Parte IX)
sexta-feira, 06/02/15
A aquarela do instante
L’aquarelle de l’instant
ton absence
que je creuse en me dévoilant
que je retrouve alors que je me renvoie moi-même
est tellement rouge, tu sais ?
tes arrivées, presque des apparitions
ne font qu’accentuer le brouillard dehors
tellement elles sont grises…
si tu voudrais me tuer
tu maîtrises tous les secrets pour m’égorger
insinués dans les habits gelés du froid
dans mon corps, un soleil brûle
emprisonné dans une geôle, mon coeur
tout en noir & blanc
si tu voudrais échanger cette douleur philosophique
abritée en moi par peur et par pitié
sous ton sourire fuyant
en couleurs dans la bavure de cette noirceur
qui me retient en vain
tu serais la, par gentillesse, par envie
tu serais dans l’inabordable aquarelle
de cet instant
A aquarela do instante
L’aquarelle de l’instant
ton absence
que je creuse en me dévoilant
que je retrouve alors que je me renvoie moi-même
est tellement rouge, tu sais ?
tes arrivées, presque des apparitions
ne font qu’accentuer le brouillard dehors
tellement elles sont grises…
si tu voudrais me tuer
tu maîtrises tous les secrets pour m’égorger
insinués dans les habits gelés du froid
dans mon corps, un soleil brûle
emprisonné dans une geôle, mon coeur
tout en noir & blanc
si tu voudrais échanger cette douleur philosophique
abritée en moi par peur et par pitié
sous ton sourire fuyant
en couleurs dans la bavure de cette noirceur
qui me retient en vain
tu serais la, par gentillesse, par envie
tu serais dans l’inabordable aquarelle
de cet instant
* Imagem: http://chuchy5.deviantart.com/art/Digital-Painting-Endangered-Passions-513441216
sexta-feira, 6 de março de 2015
Nada muito sobre filmes (Parte XIV)
SER TÃO AVOADOR
SER TÃO AVOADOR (2013), curta do diretor e colega de jornalismo da UNEB Wllyssys Wolfgang, reelabora o mitológico sonho de Ícaro dentro de uma realidade sertaneja, tendo como pano de fundo o árido/semiárido do nordeste brasileiro. Em tons dramáticos, a personagem Mariinha rompe o silêncio desatado numa morte-em-vida aparentemente consolidada pelas circunstâncias e faz de tudo para conhecer de perto seu maior sonho: voar. Mariinha é, por sua vez, a voz feminina esganada pela doença dos homens sem-alma. Temas como machismo, autoritarismo e pobreza também encaminham a narrativa para um resultado artístico bastante seguro. Recomendo a todos os mortais!
A CASA DOS SONHOS
O filme A CASA DOS SONHOS (2011) dirigido por Jim Sheridan, é uma produção um tanto que esquisita, o filme parece que ficou sem alguma parte. Portanto, incompleto. A conclusão é também esquisita. O filme termina ali por volta dos 80 minutos de duração. Tinha tudo para ser interessante, mas é confuso e indefinido. Poucas coisas se salvam. Os velhos clichês presentes nos filmes de suspense estão vivos. Há quem tenha gostado. Eu não gostei. Sigamos, bucaneiros!
HANCOCK
Eu bem que tentei, mas não consegui chegar ao final de HANCOCK (2008), dirigido por Peter Berg. Oxalá numa próxima tentativa!
APERTEM OS CINTOS, O PILOTO SUMIU! (PARTE II)
Um filme que já virou cult, uma comédia sem parentesco. Nonsense puro. É para rir de verdade, de tudo e a todo instante. Tudo até que ia bem dentro do primeiro ônibus espacial de passageiros a tentar chegar ao solo lunar, até que eles descobrem que estão sem café. Vale uma espiadela no filme APERTEM OS CINTOS, O PILOTO SUMIU - PARTE II (1982), de Ken Finkleman, bucaneiros!
O ORFANATO
O ORFANATO (2007), dirigido por Juan Antonio Bayona, cumpre bem sua missão. Um típico filme com os toques fantásticos de Guillermo del Toro, de trama bem acertada e com nuances de suspense na medida ideal. Representou a Espanha no Oscar 2008 para melhor filme estrangeiro. Com Edgar Vivar no elenco - sim, ele mesmo, o Sr. Barriga do seriado Chaves. Recomendo a todos os mortais!
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE
Eu não vou dizer que O GRANDE HOTEL BUDAPESTE (2014), de Wes Anderson, é um filme incrível, mas não vou dizer, também, que é um filme sem seus vários méritos. A história é fantástica, a fotografia belíssima e o ritmo da narrativa chega a ser alucinante. Todavia, pareceu-me um tanto confuso e necessitado de alguma pausa compreensiva. Há de se convir que eu estava super cansado quando fui assisti-lo, sem tanta paciência. O filme conta a história sem igual da amizade entre um gerente de um grande hotel europeu e um empregado. Mas não é só isso. Há muita coisa por detrás da aparente e até ingênua comédia, além de um vasto elenco de renomados do cinema norte-americano. Eu esperava mais do filme, confesso. Um dia pretendo revê-lo. Mesmo assim, recomendo a todos os mortais!
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO (2013), dirigido por Steve McQueen, foca as câmeras em Solomon Northup, escravo liberto que, sequestrado quando em outra cidade, revive as dores e amarguras impostas pelo então regime escravagista vigente em solo norte-americano. Tal personagem, ao contrário de muitos filmes de mesma temática, é dotado de uma brutal humanidade - longe daqueles personagens de tons exageradamente heroicos -, fator que o faz atravessar constantes dilemas no interior das circunstâncias de vida a ele impostas, assim como para os outros escravos com os quais convive. A película impacta e faz jus a todas as condecorações que recebeu da crítica especializada. Ao fim, ainda nos oferece um nó bem dado na garganta. Recomendo a todos os mortais!
O VELHO E O MAR
O VELHO E O MAR (1958), dirigido por John Sturges, é um filme baseado no clássico homônimo da literatura escrito por Ernest Hemingway, um dos ícones da Geração Perdida. O filme, assim como o livro, conta a saga do velho Santiago, um pescador em fim de carreira, mas de "olhos indomáveis", que não desiste de ir pescar, mesmo tendo passado meses sem conseguir fisgar um peixe sequer. Neste emaranhado, é relatada a história de amor entre o velho e um menino que o ajuda na lida do mar, assim como interessantes reflexões do velho quando, enfim, consegue capturar um enorme peixe que precisa ser levado para a praia onde mora. É uma história simples e belíssima. Merece ser vista e lida várias vezes, por todos nós, mortais bucaneiros. Recomendo!
A CHAVE MESTRA
A CHAVE MESTRA (2005), de Iain Softley, é um filmezinho meia-boca de suspense. Só isso. Vai encarar?
AMARCORD
Só agora pude ver AMARCORD (1973), do diretor Federico Fellini, uma película emblemática e por demais autêntica. Fellini, no filme, faz um esforço de rememoração frente ao seu próprio passado e, também, ao passado da Itália. Para isso, suas câmeras exercitam uma "análise" acerca de diversas figuras de um pequeno lugarejo, assim como de suas condutas, um tanto quanto insólitas e até caricaturais. Um clássico da cinematografia mundial que trata a passagem do tempo com suas potencialidades de alegria e tristeza, num giro que atravessa a vida humana como uma flecha a penetrar as quatro estações. Com cores de crítica ao momento político de guerra retratado na obra, e aí entra toda a questão do Fascismo de Mussolini e a incapacidade da população de entender o real momento de seu país, fato tratado com sagaz ironia no longa-metragem, Fellini mostra-se, novamente, grande e genial. Recomendo a todos os mortais!
* Imagem: http://veja.abril.com.br/blog/cenas-urbanas/tag/cinema/
O tempo regulamentar
* |
Por Germano Xavier
Perto do fim, como quem sabe que o tempo regulamentar da primeira etapa da partida irá acabar, o homem que ama seguirá amando, mesmo sabendo que o árbitro do jogo da vida poderá soprar o apito a qualquer momento e fazer com que todos adentrem o austero silêncio dos mornos intervalos. Próximo ao fim, como quem espera a hora certa de atacar, o homem que ama persistirá no amor, mesmo suspeitando de todas as dificuldades, de todas as barreiras e de todos os lances desleais que o jogo da vida poderá impor aos jogadores.
Muito perto do fim, como quem sabe que o contra-ataque pode ser o segredo para a vitória, o homem que ama partirá em disparada para lugar qualquer onde exista, dentro dos quatro cantos da sagrada arena, a possibilidade do gol de placa, aquele mais belo tento já feito por uma pessoa, inesquecível, imorredouro. Perto, muito perto do tempo limite se esgotar, como quem planeja o gol do título para os derradeiros minutos da segunda etapa do dérbi, o homem que ama abraçará sua fé e teimará a imprimir força em seus pés-coração, suspenderá a dor de estar já sem fôlego e forçará sua última jogada.
Quase finalizado o tempo, como quem conhece a largura das traves, o homem que ama chutará para longe o raciocínio lógico que lhe escreve palavras de triste final que nublam sua alma e recomeçará os planos de defesa. Longe do início do mais importante dos clássicos, como quem infere as artimanhas do adversário, o homem que ama alicerçará táticas indestrutíveis e convocará a voz imperiosa da torcida a inflamar o gramado em holofotes. Quase lá, como a querer um momento de descanso após luta intensa no estádio, o homem que ama respirará a vontade do outro e se espelhará no amanhã que nunca morre.
Vislumbrando a travessia temporal, após o apagão que deixara as arquibancadas no breu do desconhecimento e do distanciamento, o homem que ama erguerá suas pálpebras morgadas pelos dias sem brilho e fustigará a visão dos noturnos instantes abertos nos clarões. A esperar o desfecho, antes de o árbitro decidir pela pequena paralisação, o homem que ama empoderar-se-á, armar-se-á e irá ao encontro do amor de sua vida: o gol que ainda não aconteceu, unido à sensação de glória ao ver a pelota couraça estufar as brancas redes do arqueiro rival.
Sob os auspícios dos letais ponteiros, como a prever as agruras de uma impiedosa derrota, o homem que ama abominará o pensamento que fraqueja e criará uma redoma protetora para o sentimento que carrega dentro do peito, um amor de tanto amor e amor e amor e tanto. E vendo o juiz a içar suas mãos ao centro do gramado, sereno em ser o que se é sem aceitar direito o transcorrer das jogadas mais circunstanciais, o homem que ama não permitirá dar-se tal ente vencido pois, para ele em sempres, aquela partida jamais haveria de terminar um dia.
* Imagem: http://www.deviantart.com/art/Soccer-Ball-115201854
domingo, 1 de março de 2015
Felicidade pueril
* |
Por Germano Xavier
eu tive uma coleção de embalagens vazias de xampu
eu tive um cheiro de suor que exalava aventura
eu tive uma coca de dois litros cheia de bolinhas de gude
eu tive uma bolinha de gude que era de metal
eu tive um short branco que ficou da cor da cera líquida que usavam para encerar o chão
eu tive um passarinho que voou de minhas mãos
eu tive uma coragem insólita para superar alturas
eu tive um reino particular no quintal
eu tive uma rede rodoviária inteira para se gastar joelhos empurrando carrinhos de plástico
eu tive uma bola nova que murchou após o primeiro baba
eu tive uma unha que caiu de tanto jogar descalço na rua
eu tive uma bicicleta para fugir de casa
eu tive uma pipa de grandes centímetros de rabiola
eu tive uma amiga para brincar brincadeiras de menino
eu tive um amigo para brincar brincadeiras de menino
eu tive um céu que me presenteava estrelas
eu tive uma noite sem dor no coração
eu tive uma tarde repleta de gibis
eu tive uma manhã que atravessei em sonhos
eu tive um irmão para brigar pelo resultado da última rodada
eu tive uma mãe para reduzir horários
eu tive um pai para me chamar do portão
eu tive um tempo sem tempo para o tempo
eu tive uma paixão ingênua pelo meu Daimon
eu tive um universo divino ativado com o abrir dos olhos
eu tive um medo danado de fechar os olhos
* Imagem: http://www.deviantart.com/art/Fragile-steps-304666928
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