quarta-feira, 4 de outubro de 2023

ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA (As Mil e Uma Noites), recontado por Tatiana Belinky


 

Neste vídeo, o escritor e jornalista Germano Xavier fala sobre a narrativa ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA (AS MIL E UMA NOITES), recontada por Tatiana Belinky.

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terça-feira, 3 de outubro de 2023

De que metal somos feitos?

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Por Germano Xavier



Dia desses, fiz uma visita a um professor do curso de psicologia da UFRPE/Campus Vitória de Santo Antão e quando, num rápido desenlace acerca do assunto principal de nossa conversa, começamos a flertar com o tema literatura, o professor me perguntou algo sobre o escritor Walther Moreira Santos, sujeito da referida localidade e que é hoje um daqueles nomes a serem guardados em nossa literatura dita contemporânea. Prontamente, disse que sim, que eu já ouvira falar nele e que, inclusive, o Walther acabara de levar o IV Prêmio Pernambuco de Literatura, concurso que eu também havia participado e que eu terminara como um dos 14 finalistas dentre um total de 250 obras inscritas. Todavia, parei por aí. Eu não havia lido absolutamente nada dele até então.

O simpático e antenado professor, sem titubear, destarte, foi até um dos cômodos de sua casa e me trouxe dois livros de autoria de Walther e me disse com uma voz vitoriosa: - Pronto, são seus agora. Leia-os! Fui para casa. Depois que me assentei da viagem e de um bom banho, fui fazer uma pesquisa acerca do autor em questão. Logo soube que de sua lavra já são mais de duas dezenas de (bons) livros, entre eles UM CERTO RUMOR DE ASAS (2000), HELENA GOLD (2003), O CICLISTA (2008), DENTRO DA CHUVA AMARELA (2006) e O METAL DE QUE SOMOS FEITOS (2013), com o qual venceu o I Prêmio Pernambuco de Literatura. Por falar em prêmios literários, o escritor tem disputado e vencido importantes premiações da área. O reconhecimento, ainda que mínimo, não demorou a surgir e fazer reluzir seu nome.

Pois bem, O METAL DE QUE SOMOS FEITOS, livro que motiva este meu curto resenhar, é um compêndio que agrega 12 contos e uma novela. O autor burila com um fenômeno-mor (A história) e tece uma fina cadeia entre os sentidos de sua ficção e os sentidos da realidade dos homens. Para isso, intercala doses estratégicas acerca das diversas formas de violência e suas simbologias. A Bíblia também é revisitada e uma espécie de arrebatação universal turva e por vezes abominável faz-se presente na quase totalidade do enredo dos contos da obra.

A vida, enfim, é a ponte usada por Walther para alicerçar seus saltos e lampejos a cada frase construída. A vida amolada, desgastada, afiada, corrompida por seres humanos também amolados, desgastados, afiados até não poderem mais. Em cima desta ponte, bem no centro dela, está um grande bloco metálico que impede os transeuntes de passarem de um lado para outro. Há um discurso sobre liberdades e aprisionamentos. Há nos textos de O METAL DE QUE SOMOS FEITOS uma barreira e uma surpresa sempre vivas. Mas a surpresa, aqui, quase sempre não é transformada em um sinônimo para desfechos felizes.

Apesar de alguns naturais tropeços, o bordado de O METAL DE QUE SOMOS FEITOS evidencia uma escrita cujo alvo retira qualquer privilégio ligado a uma possível imanência estruturalista que se volte a alguma espécie de verborragia linguística infame e/ou até desnecessária. Em consonância para com o pensamento que o estudioso búlgaro Tzvetan Todorov avalia como positivo (vide A LITERATURA EM PERIGO), talvez o maior trunfo do livro de Walther seja mesmo o de se aproximar do mundo, do real, da vida, de uma maneira simples e direta. Sua verdade - a verdade do livro -, portanto, sofre bifurcações e não se aliena ao poder intrínseco do texto e somente ao texto. O METAL DE QUE SOMOS FEITOS é um livro sobre nós com o mundo, sobre nós no mundo, sobre nós e sobre o mundo. Por isso, já vale a leitura.


(Editora Cepe, 2013)


* Imagem: http://www.deviantart.com/art/MAY-010-683182622
https://www.skoob.com.br/o-metal-de-que-somos-feitos-376014ed424697.html

domingo, 1 de outubro de 2023

CASA AFRÂNIO PEIXOTO (LENÇÓIS-BA/CHAPADA DIAMANTINA)


 

Entre os anos de 2011 e 2012, tive o prazer de trabalhar na Casa Afrânio Peixoto (CAP), em Lençóis-BA, unidade ligada à Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia com biblioteca especializada na obra e na memória do escritor e médico baiano Afrânio Peixoto. Lá, pude desenvolver trabalhos de restauro e acompanhamento de grupos de visitantes. Pude, também, realizar trabalhos jornalísticos junto ao Auditório da Casa Afrânio Peixoto, defendendo interesses da Casa em diversas situações, como no Programa Qualicultura de 2012.

"Batizada em homenagem ao seu patrono e localizada na praça que também leva seu nome, a Casa especializada de dois andares preserva um rico acervo bibliográfico, documental e museológico do próprio polígrafo baiano, doado por sua viúva, além de um vasto acervo sobre Ciências Sociais e História. Localizada em uma das mais bonitas cidades baianas, a casa, criada por intermédio do escritor Fernando Sales, ainda conta com um auditório para conferências, exibição de filmes e oficinas, construído após reforma em 2008 (SECULT-BA)". Este vídeo é uma homenagem ao polígrafo baiano, e também à Sueli Seixas e Dona Dilza. Imagens: Germano Xavier e Sueli Seixas
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