sábado, 28 de dezembro de 2024

Carta aberta ao meu último amor


 

por Germano Xavier

para Débora Xavier


            

Vou logo lhe dizendo que espero que você seja o meu último amor, o derradeiro amor. Aquele para levar até a eternidade, até o fim dos meus dias, até o sempre. Aquele para carregar no peito no momento em que eu atravessar as dimensões dos outros mundos, das outras vidas. Eu quero isso, amor, que você seja o meu último e o meu maior amor. Porque você mudou toda a atmosfera dos meus caminhos desde o dia em que nos conhecemos.

Meu coração nunca mais foi o mesmo depois de você. Meu corpo se reprogramou. Meus olhos ganharam mais cor. Minhas mãos, mais força. A mera rua se transformou no mais belo dos horizontes. Conhecer você foi a melhor coisa que me ocorreu nos últimos anos, amor. Sou muito grato por isso e por tudo que você me fez e faz sentir, todos os dias. Em sua companhia, nada é velho. Nada é como antes. Nada, absolutamente nada, é sem graça.

No auge dos meus 40 anos de idade, redescobri o prazer em estar vivo. Redescobri a poesia em mim. A palavra que estava seca no meu peito, agora cobre de luz o território das imensidões. A poesia está de volta. A palavra renasceu. Meus passos te seguem jornada adentro como um lobo caçando sua presa favorita. Observo tua voz, tão minha, tuas frases de dizer tanto, tua pele de sentir desejos. Tudo em você me encanta. Você me encanta, amor. Você me fez um homem apaixonado, detido em teus braços e aberto ao porvir. Amando-te, sigo, exageradamente aos seus pés, como bem sabes.

Vou logo lhe dizendo que espero que você seja o meu eterno amor. Aquele para levar até bem distante, onde nem os olhos conseguem ver. Aquele para ocupar a mente na hora mais certa de todas as horas. Eu quero você, amor, e que você seja o meu infinito, a mulher dos meus dias e das minhas noites. Porque você chegou e tudo agora é um só futuro. Meu coração nunca será um coração antigo, velho, fraco. Você não me permite regressar. Você só me permite avançar.

Meu corpo é uma lança perfurando o nosso amanhã, abrindo o sol e a lua. Meus olhos ganharam mais verde. Meus punhos, mais luta. Você é o agora, o meu presente, a minha paz. Ao seu lado, só carinho, respeito, cuidado e muito amor. Redescobri a literatura de amar, amor. A palavra que perfura o sonho e que mata vontades. A poesia está de volta, amor.

A palavra ressurgiu das cinzas, e escrevo agora para lhe dizer do meu amor por você. Quanto orgulho de nós! Tudo em você me enamora, tudo em você me diz sentimentos. Você me enche de prazer, amor. Você me fez um homem mais forte, decidido e muito mais feliz. Amando-te, sigo. Seguirei. Sinta tudo, amor. Permita-se. Segure minha mão, bem forte. Abrace-me. Beije-me. Seja o que você nasceu para ser. Minha. Para sempre!


* Imagem: https://depositphotos.com/br/photos/dois-cora%C3%A7%C3%B5es.html

O HOMEM ENCURRALADO, de Germano Xavier (3 poemas lidos, por Luísa Fresta)


 

Neste vídeo, a escritora luso-angolana Luísa Fresta lê, em português e francês, três poemas do livro O HOMEM ENCURRALADO, de Germano Xavier, publicado pela Editora Penalux (2021).

Encontre o livro em: https://www.editorapenalux.com.br/loja/o-homem-encurralado

domingo, 22 de dezembro de 2024

Ouro


 

por Germano Xavier


para Débora Xavier


| o ouro reluz |

tua pele absorve o denso

dourado do amor

a cor-imperatriz que revolve

o mundo em destinos tantos

e únicos


o ouro que agora em ti vigora

alcança teus olhos nus

de entusiasmo

e reverte o Tempo

das esperas


o ouro encontrado

nas jazidas do teu coração

é alma pura e faz girar

a roda que nos enreda

| união |


que o ouro burle toda turba

e nos convide ao gesto final

| quisto em quimeras |

como a morte e o flagelo

da solidão 



* Imagem: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2022/07/25/ouro-ilegal-do-brasil-e-ligado-a-refinador-italiano-e-a-big-techs-mostram-documentos.htm

ALI BABÁ E OS QUARENTA LADRÕES (As Mil e Uma Noites), recontado por Tatiana Belinky


 

Neste vídeo, Germano Xavier fala sobre a narrativa ALI BABÁ E OS QUARENTA LADRÕES, que faz parte do monumental As Mil e Uma Noites. O exemplar lido e comentado é um reconto produzido por Tatiana Belinky para a Coleção Clássicos Recontados.

domingo, 15 de dezembro de 2024

O vestido


 

por Germano Xavier


para Débora Xavier


por baixo do vestido

dou-te meu sobrenome

bem antes de nosso amor nascido

já havia promessa de amor tingido

em laranja | ou rosa (sua cor) |

num natural mistério em manifesto


por baixo do vestido

recolho o mel da mulher que amo

uma ânfora poética inteira entre lábios 

e corações | minha nação de estar

de bem-estar


por debaixo do teu vestido

existe um lar em que habito

casa de um só corpo em alma única

sendo dois o número de nossa sorte:

a do encontro


porque eu prefiro teu evangelho de amar

e nossas bocas entrecortando as noites

nos retirando dos desertos de antanho

nos referindo às águas quentes do hoje

(nosso mar)


teu vestido cobre o feminino fatal

que mudou o rumo de meus passos

que ceifou a inverdade de uma vida 

refinando minha nada cega vontade 

de ter você



* Imagem: https://www.amazon.com.br/Mulher-Vestido-Laranja-Abstrato-60x40cm/dp/B0CBCR26QN

NEM TUDO O QUE HÁ NO MUNDO (ANTOLOGIA)


 

Neste vídeo, Germano Xavier fala sobre a antologia NEM TUDO O QUE HÁ NO MUNDO, que marca o início dos trabalhos da Editora Arrelique na região do agreste pernambucano, principalmente na cidade de Caruaru-PE.

A antologia está disponível de graça (Kindle Unlimited) ou via compra no site da Amazon.
Lista dos autores presentes na antologia: Alisson Pereira, Alyson Monteiro, Carolina Azevedo, Clécia Pereira, Daniela Celi, Dave H. Santos, Davi Geffson, Edlúcia Rodrigues, Germano Xavier, Ivan Nicolau Corrêa, Iyan Oliveira, Jénerson Alves, Joana Figueirêdo, Luciene Alves, Manu Monteiro, Silvano Barbosa, Silvia Jussara Domingos, Thiago Medeiros, Urbano Leafa e Vitor Vieira.

sábado, 7 de dezembro de 2024

A(mar) é


 

por Germano Xavier


para Débora Xavier


eu te saúdo

feito o sol que toca tua pele

ancorada no prazer

feito a água do mar que salga

tua alma malina | eu te embarco

na onda do amor mais puro

que vem descendo e que vem

tomando o inteiro horizonte

e te remeto ao certo e simples destino 

dos amantes | eu te navego

com o mapa do teu corpo

em minhas mãos e a maré...

e a maré...


e (amar) é

nossa flutuação



* Imagem: Google