por Germano Xavier
para Débora Xavier
teus manejos de língua, menina,
abrem o melhor dos anos como o estampido
no escuro céu de janeiro aclara
as vozes da imensidão
em teus lábios adormeço dores
e invado a rubra alvura do querer,
pois tua boca é toda a sanha que teço:
terço de nossa comunhão
quando me beijas, mulher, traduzo
a amorosa língua
dos tempos em que te busquei
nas florestas do passado
e do futuro
oscular, assim, é a rota que me entregas
quando cruzamos, humidamente,
nossos idiomas de amar
* Imagem: https://quadras-nadiasantos.blogspot.com/2013/12/boca-sensual.html