Por Germano Xavier
Zeus, tentando prevenir que o controle do Olimpo lhe fosse retirado por um futuro neto, engole sua mulher Métis, que se encontrava grávida de Atená. Completado o período de gestação e acometido por uma insuportável dor de cabeça, Zeus termina, ingenuamente, contribuindo para o nascimento de sua filha, ao pedir que lhe abrissem o crânio. Dele irrompeu a vitoriosa deusa. O destino dela seria, a partir de então, glorioso e grandioso.
Desde logo possuidora de sabedoria e coragem, a Atená de Palas se sobressai no universo cosmogônico dos deuses. Seu nome remete ao título de grande mãe e lhe faz juz: Atená é guerreira, justa, pacífica, protetora e sua existência em atos traz aos que lhe cultuam a fertilidades dos solos, o espírito criativo e a inteligência. A proteção das pólis, onde sua imagem habitava, expandia-se aos artesãos, tecelãos, crianças, governantes, enfim, ao povo. E este lhe era enormemente grato pela direção e conselhos que a deusa proferia. Inúmeros cultos, com diversas comemorações, recebeu a deusa ao longo dos anos.
Com a observação aguçada do mundo ao seu redor, Atená era a de olhos garços, majestosa e bela, acompanhada de perto pela reflexão e calma de atitudes. Em Atenas, considerada como a deusa virgem, concebe de forma singular Erictônio, seu “filho da terra”. E é demais uma vitória contra a tentativa de dominá-la (nesse caso, perseguida por um admirador inflamado de desejos). Sem receber o apoio dos outros deuses, Atená educa seu filho, futuro rei da Ática.
As inúmeras e repetidas vitórias ante as dificuldades marcaram o destino dessa Atená, que fazia brotar sempre de seus discursos a paz, a liberdade, a justiça e a democracia. Da Acrópole, ela transmitiu estes ensinamentos ao seu povo e fez prevalecer a ordem sobre o caos, antes reinante. Suas conquistas são também as da luz sobre as trevas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário