Por Germano Xavier
anos de agora, a droga é nova
(por que não usar de um palíndromo
e resgatar o contrário de tudo?).
o mundo inteiro aperta o passado,
mas ele nem.
quem vai bodar na viagem sem fim
da vida? abrir a boca em vômito, as prisões
sem grade, bocarras sim.
o filho vai matar e comer.
a mãe vai matar e comer.
o pai vai matar e comer.
a família carnívora, que come.
minha teoria social é a de que nada há
fora deste samba de matança e do espelho.
nem mente, nem dor, nem alucinações.
a viagem é apenas cardíaca, e o coração se amplia.
deus criou o verbo para acionar a bomba e a cena.
e um segredo para um possível escape:
fotografar a anedota que é nossa essência fátua
para os meninos do destino nos anos de amanhã.
4 comentários:
Crédito da imagem:
" bad trip
by ~takkartwork"
Deviantart
Antropofágicos em tempos e pós.
Forte! [como tudo que crias.]
sigamos pois e continuemos, sempre, Germano.
um abraço pródigo.
gostei deste novo design.
[é constrangedor ler e não ter muito o que falar;
quando se percebe que a fusão de raciocícios que trouxeram à existência uma prosa tão metaforicamente densa e quase que totalmente "inabsorvível" por uma intelecção mediana como a minha, a gente se neutraliza e deixa nosso sentidos captarem, à revelia, o que ela quis dizer... sei lá, é mais um dos reflexos da fe nossa fugacidade existencial, como você disse,"essa anedota que é nossa essência fátua"...
parabéns, companheiro.]
Xavier,
esse texto me deu vontade de ter de tudo um palíndromo.
Salve, salve
Tebet
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