sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Poemas estranhos e estrangeiros (Parte I)


 

Por Germano Xavier



Paris-Orly


Ramón era um boliviano morando em Paris

há bem uns sete anos. Recebeu-me a caráter no desembarque.


| o outro casal demorava a aparecer |


baixinho, com seus traços indígenas tradicionais, 

agigantou-se e disse vamos, não tenho culpa!


entramos na van e a França se abriu em viadutos e avenidas.

Isto mesmo, Courbevoie!, disse.


pelo caminho, admirei o gosto pelas motos, o padrão dos prédios,

as árvores esquecidas entre grades e portões, o ar de algo parado no Tempo

e ao mesmo tempo em movimento.


e logo a Ilha de França. 

a famosa zona industrial, pensei com meus botões,

e desci. Ramón foi cordial e ajudou com algumas informações

durante o percurso.


em solo parisiense, pensei mais uma vez no casal

que não cheguei a conhecer.


realmente, Paris entorpece os desavisados.


(Paris, tarde de 11 de junho de 2017)


* Inicio hoje a publicação de uma série de poemas que escrevi durante viagens que fiz ao exterior, entre os períodos de 2010 e 2020. Ao todo, os poemas demarcarão um território de experiências vivencidas em 14 países, incluindo o Brasil. Boa leitura a todos e todas. Sigamos, bucaneiros!


* Imagem: https://www.aeroportosdomundo.com/aeroporto-ORY-hoteis/

3 comentários:

Rozana Gastaldi disse...

Vai ser um prazer seguir viagem com você!

Iara disse...

Estou aqui, Capitan!

Germano Viana Xavier disse...

Muito feliz pela companhia de vocês duas, Rozana e Condessa.
Sigamos juntos nesta viagem!