segunda-feira, 16 de junho de 2014

Os tédios alheios

*
Por Germano Xavier


iremos gritar juntos
para as paredes caladas
e nada se moverá e nada
se encantará nem mudará o rumo

e nada faremos nem cânticos de mármore
como gélidas pedras mortas
e mesmo em teimosia insinuante
o gomo da vida não se romperá
pois o tempo é uma maneira de descer
o cume dentro duma avalanche
veloz e rude e nada

traremos à tona nem o motor
dos desacontecimentos nossos
para enfim acontecermos
qual nadas inteiros em tédios alheios


* Imagem retirada do site Deviantart.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adorei, Germano! Quanta ausência e névoa nesse teu poema. Gosto da tua linguagem Luisa

Arco-Íris de Frida disse...

Nao gostaria de gritar e ver que nada mudou...alias nao gostaria de gritar... so de encantar... sem gritos...

Leilane Paixão disse...

Brilhante!