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Por Germano Xavier
"Lo que antes me enseñó lo guardo! Es aire,
incesante viento, agua y arena."
(Pablo Neruda)
olhá-lo, entre emissões do sol
e agudas ondas de espuma branca,
unge-me, carne e alma,
o verbo mais raro.
a dor, outra palavra para o amor,
coisa azul-esverdeada e sem lugar,
serve-se em regular as fases de maré
que blindam
nossas alvas vaidades.
o mar,
professor de movimentos,
cobaia para o azul dos céus,
capaz de qualquer patente,
assevera em mim
o coração caudaloso.
suas águas de saudade,
seus moinhos insolventes,
seus ministérios de corais,
suas radiais dobras no horizonte...
o mar salgado, de úmidos seres,
de onde evoluem as emboscadas,
o mar que me agride quando o ouço,
imperiosa música para cais.
mar,
herói de nossos cansaços,
pessoa máxima das lágrimas,
hiato das belezas em arremate:
- em dito teu fim, o que nos sobra?
a manta
de tuas cores areais,
saúdam em mim por armas, suores,
que lançado em teus braços infindos,
podemos
ser de tudo de tão mínimos
e amantes (mesmo que)
em vis instantes.
Praia de Porto de Galinhas-PE, novembro de 2015.
* Imagem: Germano Xavier
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