Por Germano Xavier
não existem poemas de Amor
quando se altera o estranho dos Verbos,
quando o circuito costumeiro das entregas
forma uma chuva de emboras
| ou apenas pesa.
sobre o Amor, prontificam-se poemas
quando o capricho é último
ou quando a palavra abre a porta do miúdo quarto
de hotel reservado às pressas, no centro
de todas as representações.
não existem poemas de Amor
quando a alma, como num ímpeto da carne,
esconde o que nos antagoniza.
não existem poemas de Amor
quando, iniciados e implacáveis
diante do acabamento das coisas,
reduzimo-nos a nós mesmos.
* Imagem: https://pixabay.com/pt/velas-natal-cart%C3%A3o-de-sauda%C3%A7%C3%A3o-2993936/
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