quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A casa azul

*
Por Germano Xavier


Frida Kahlo de branco
sem sangue de mortes
mas com vermelhos de paixão
na umidade lactante dos seios
- real casa de se morar

quem, em sã engrenagem amante,
não esticaria em sucção os lábios
perante a exótica mulher em pele?

(entro no mesmo bonde
o trem vem vindo varando ventos
a força é a de um deus invertido

meu corpo fuçado
invadido estou no chão
perfurado sou)

a exótica mulher me atravessa
uma dor só

um golpe
um ferro retorcido no meio do sexo
abrindo vazão para amor inda maior


* Imagem retirada do site Deviantart.

Um comentário:

Daniela Delias disse...

"não dei pelo azul de casa e rio/também atravessava portas de vidro...", um dia escrevi. Mas esse azul-vermelho daqui posso tocar com o pensamento. Que bonito!