Por Germano Xavier
O grupo de capoeira Origem da Bahia, coordenado pelo professor Fidélio Rocha (Professor Pessoa) e monitorado por José Fabio (Mandinga), vem desenvolvendo no município de Iraquara-BA o projeto Oficina de Capoeira na Escola – Identificando Nossas Origens desde meados do segundo semestre do ano de 2011, atuando com crianças e jovens de escolas da rede municipal de ensino. “A capoeira nasceu da necessidade do negro de tentar lutar contra toda e qualquer forma de escravidão. Desde então, a capoeira começou a ganhar novos rumos e também passou a sofrer diversas modificações em sua estrutura. Hoje a capoeira é uma arte de expressão corporal, um esporte, uma dança, onde dois participantes, envoltos por uma roda de capoeiristas e de um público, dialogam entre si usando seus potenciais de expressividade em diversos movimentos cadenciados por instrumentos típicos, como o berimbau e o atabaque”, diz o monitor Mandinga, fazendo um pequeno balanço histórico do movimento. “A capoeira desenvolveu-se primordialmente em antigos quilombos, que nada mais eram que pequenas comunidades formadas por negros fugidos das senzalas, e como era realizada sempre em locais de mato ralo, ganhou o nome “Capoeira”, que é justamente uma alusão a esta paisagem de vegetação parca e rasteira”, reforça seu discípulo Fabrício Santos, conhecido dentro das rodas como Nego D’água. O projeto é realizado em dez comunidades iraquarenses, tais como as de Queimada (Escola Anísio de Souza Marques), Mato Preto (Escola 23 de Setembro), Quixaba (Escola Jorge Alves de Oliveira), Santa Rita (Escola Artemísia Rodrigues Nogueira), Zabelê (Escola Altino Rodrigues), Lagoa Seca (Escola Julião de Souza Braga), e também nas comunidades quilombolas de Morenos (próximo à Lagoa Seca), Mato Preto e Esconso. Ainda de acordo com o monitor Mandinga, a proposta do projeto não é somente a de incentivar a prática da capoeira, mas também a de ajudar os indivíduos envolvidos no reconhecimento de sua própria identidade. “Nossas aulas contemplam tanto o exercício em si, como a teoria acerca da história da capoeira. Fazemos também momentos de debates e reflexão, caso seja verificado alguma necessidade”, diz o monitor que, apesar da pouca idade, já tem a capoeira impregnada em sua vida há bastante tempo. O Prof° Pessoa, que também faz trabalho semelhante nas cidades de Mulungu do Morro-BA e Souto Soares-BA há quase 8 anos, frisa a boa atuação do projeto em Iraquara e destaca a importância da capoeira para o aumento da auto-estima dos participantes. “A gente percebe que o aluno de capoeira desponta na escola, melhora a aprendizagem, reconhece mais facilmente suas limitações físicas e psíquicas, além de se tornar um ser humano mais participativo”, conta. Depois de três meses do projeto instalado, os líderes do grupo Origem da Bahia já começaram a visualizar muitas mudanças positivas. “Algumas mães nos procuram para agradecer pelo trabalho de transformação percebido em seus pupilos. Até os professores já chegam até nós expondo alguns avanços sentidos dentro das salas de aula”, confirma Pessoa. Capoeira é ritmo, é estilo, é música, é letra, é ginga, é ludicidade, é luta, é força, é elasticidade e, principalmente, é cultura, e das melhores. Durante entrevista cedida ao Iraquara News, os integrantes ainda explicaram a diferença dos estilos de capoeira (Angola, Regional e Contemporânea), citaram a importância de alguns baluartes da capoeira brasileira e iraquarense, falaram sobre os instrumentos musicais que acompanham a capoeira contemporânea – estilo praticado pelo grupo. Em 2009, o professor Pessoa teve a oportunidade de mostrar seu trabalho na Alemanha e na Holanda, e de lá diz ter trazido na bagagem experiências para a vida toda. "No exterior, e principalmente na Europa, a capoeira não é vista como um movimento de marginalizados, como infelizmente ainda acontece no Brasil. Eu tento passar um pouco dessa minha vivência para meus alunos hoje, e mostrar que, assim como eu, eles também têm a possibilidade de realizar os seus sonhos através da disciplina e da prática da capoeira", reforça o mestre. Acreditando nisso, Mandinga finaliza sua fala, dizendo: "A capoeira me fez acreditar em meus sonhos, a ter mais determinação, a superar todas as barreiras da minha vida. E nosso trabalho é fazer com que muitas outras pessoas também passem a acreditar verdadeiramente em si mesmo através da capoeira".
O grupo de capoeira Origem da Bahia, coordenado pelo professor Fidélio Rocha (Professor Pessoa) e monitorado por José Fabio (Mandinga), vem desenvolvendo no município de Iraquara-BA o projeto Oficina de Capoeira na Escola – Identificando Nossas Origens desde meados do segundo semestre do ano de 2011, atuando com crianças e jovens de escolas da rede municipal de ensino. “A capoeira nasceu da necessidade do negro de tentar lutar contra toda e qualquer forma de escravidão. Desde então, a capoeira começou a ganhar novos rumos e também passou a sofrer diversas modificações em sua estrutura. Hoje a capoeira é uma arte de expressão corporal, um esporte, uma dança, onde dois participantes, envoltos por uma roda de capoeiristas e de um público, dialogam entre si usando seus potenciais de expressividade em diversos movimentos cadenciados por instrumentos típicos, como o berimbau e o atabaque”, diz o monitor Mandinga, fazendo um pequeno balanço histórico do movimento. “A capoeira desenvolveu-se primordialmente em antigos quilombos, que nada mais eram que pequenas comunidades formadas por negros fugidos das senzalas, e como era realizada sempre em locais de mato ralo, ganhou o nome “Capoeira”, que é justamente uma alusão a esta paisagem de vegetação parca e rasteira”, reforça seu discípulo Fabrício Santos, conhecido dentro das rodas como Nego D’água. O projeto é realizado em dez comunidades iraquarenses, tais como as de Queimada (Escola Anísio de Souza Marques), Mato Preto (Escola 23 de Setembro), Quixaba (Escola Jorge Alves de Oliveira), Santa Rita (Escola Artemísia Rodrigues Nogueira), Zabelê (Escola Altino Rodrigues), Lagoa Seca (Escola Julião de Souza Braga), e também nas comunidades quilombolas de Morenos (próximo à Lagoa Seca), Mato Preto e Esconso. Ainda de acordo com o monitor Mandinga, a proposta do projeto não é somente a de incentivar a prática da capoeira, mas também a de ajudar os indivíduos envolvidos no reconhecimento de sua própria identidade. “Nossas aulas contemplam tanto o exercício em si, como a teoria acerca da história da capoeira. Fazemos também momentos de debates e reflexão, caso seja verificado alguma necessidade”, diz o monitor que, apesar da pouca idade, já tem a capoeira impregnada em sua vida há bastante tempo. O Prof° Pessoa, que também faz trabalho semelhante nas cidades de Mulungu do Morro-BA e Souto Soares-BA há quase 8 anos, frisa a boa atuação do projeto em Iraquara e destaca a importância da capoeira para o aumento da auto-estima dos participantes. “A gente percebe que o aluno de capoeira desponta na escola, melhora a aprendizagem, reconhece mais facilmente suas limitações físicas e psíquicas, além de se tornar um ser humano mais participativo”, conta. Depois de três meses do projeto instalado, os líderes do grupo Origem da Bahia já começaram a visualizar muitas mudanças positivas. “Algumas mães nos procuram para agradecer pelo trabalho de transformação percebido em seus pupilos. Até os professores já chegam até nós expondo alguns avanços sentidos dentro das salas de aula”, confirma Pessoa. Capoeira é ritmo, é estilo, é música, é letra, é ginga, é ludicidade, é luta, é força, é elasticidade e, principalmente, é cultura, e das melhores. Durante entrevista cedida ao Iraquara News, os integrantes ainda explicaram a diferença dos estilos de capoeira (Angola, Regional e Contemporânea), citaram a importância de alguns baluartes da capoeira brasileira e iraquarense, falaram sobre os instrumentos musicais que acompanham a capoeira contemporânea – estilo praticado pelo grupo. Em 2009, o professor Pessoa teve a oportunidade de mostrar seu trabalho na Alemanha e na Holanda, e de lá diz ter trazido na bagagem experiências para a vida toda. "No exterior, e principalmente na Europa, a capoeira não é vista como um movimento de marginalizados, como infelizmente ainda acontece no Brasil. Eu tento passar um pouco dessa minha vivência para meus alunos hoje, e mostrar que, assim como eu, eles também têm a possibilidade de realizar os seus sonhos através da disciplina e da prática da capoeira", reforça o mestre. Acreditando nisso, Mandinga finaliza sua fala, dizendo: "A capoeira me fez acreditar em meus sonhos, a ter mais determinação, a superar todas as barreiras da minha vida. E nosso trabalho é fazer com que muitas outras pessoas também passem a acreditar verdadeiramente em si mesmo através da capoeira".
O trabalho do Grupo de Capoeira Origem da Bahia também acontece na sede da AABB, em Iraquara-BA, toda segunda-feira, a partir das 19:30hs.
Um comentário:
Se estivesse aí levaria Sofia. Ela fez capoeira um ano na escola aqui em Salvador e ama!
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