quinta-feira, 22 de maio de 2014

Uma coincidência de voo

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Um relato com teor paterno feito pelo conterrâneo baiano,
Sr. Gumercindo Souza de Araújo.


Caro Germano, era dia de eleição presidencial, Lula x FHC, votei e parti de Iraquara pra Sampa, acho que fui de carro a fim de pegar um voo em SSA, cheguei em cima da hora e não sei mais por que estava sem saber de como andava a apuração. Cheguei atrasado, entrei correndo no aeroporto e esbaforido entrei num avião que não tinha mais tamanho, o bicho tinha muitos lugares, mais de 400 lugares?!, sei lá, era muito grande, até hoje não viajei ainda em algo tão grande...

Mas veja, entrei procurando um lugar para me sentar e com todo aquele tamanho não avistava um só lugar - não tinha assento marcado - andava e nada, de repente vi uma cadeira vazia, ao chegar mais perto notei que tinha um blazer escuro, acho que preto, atravessando a poltrona e fiquei intrigado me perguntando se havia excesso de passageiro (o tal overbook - é assim que se escreve?), olhei para lá e para cá e não via lugar, então interpelei um sujeito que estava sentado ao lado da única poltrona que eu pretendi ocupar mas que era ocupada pelo blazer: "Tá ocupada?", ao que ele prontamente disse que não, retirou o casaco.

Fui me sentando e perguntei àquele senhor se ele sabia a quantas andava a apuração das eleições, ao que ele disse que não sabia, que estava fora do Brasil há muito tempo e só naquele voo já tinha muitas horas...

Mesmo sendo "lá do interior do mato, da caatinga e do roçado," ou talvez por isso, emendei - e você ou o senhor, não sei como disse, vem de onde assim tão longe: Ahhh venho de Portugal, mas passei por Frankfurt e citou outros cantos e que estava vindo rapidamente buscar sua família pra residir na Europa, onde a vida era bem melhor que a nossa aqui a ponto de fazê-lo dispensar a cátedra na Unicamp e outras coisas tantas...

Contou de muito tempo morando por lá e muitas coisas que parecia não ser gabolagem não, mas pra resumir que o povo está me chamando, sintetizo contando que ele então me afirmou e perguntou, falei tanto de mim e não perguntei nada de vocêc: Tá vindo de onde? Ahh, do interiorzão aí da Bahia, lugares desconhecidos seu! Diga... de onde? Ahhh de Irecê... Iraquara..

Ele então fez annh e como vai Carlos Adailton... Edinho e... Edgar?

Então, tomado de espanto perguntei mas como você conhece esse pessoal? Ele então me contou que estudou com seu pai e se não me engano contou de alguma influência dele na vinda de Dr. Carlos pra cá pro nosso sertão e portanto no seu nascimento...

Mas não foi só... ele queria agora saber tudo e eu então lhe disse sou de Iraquara e ele rebateu... eu também.

Eu disse sou da Canabrava e ele: sou de Água de Rega.

(Dr. Carlos talvez tenha lhe contado essa história, se não veja com ele quem é porque já não me lembro o nome do ilustre conterrâneo e grande amigo de seu pai).

Um abraço!

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