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Por Germano Xavier
(todas as fêmeas aragonitas impostoras descambam
na imagem do seu jardim de delícias)
em você há brotada uma flor
de carne orvalhada desde a boca
operando úmida ao movimento
das vontades de estame
é uma flor única
de grandes pétalas dobradas
cujo pólen se liquefaz
em mel viscoso
(para a boca
a sede é antiga)
o beija-flor em planos segundos
pousado sobre a imagem da Beleza
descobre o mistério da rosa-vulva
e célere logo opera o androceu milagre
o pequeno pássaro se agiganta
ao tocar com o bico o botão ancestral
magma-lava branca sem menosprezar
ares desce o canal dos desejos
em tal instante
a flor é para a língua
um cultivo de rotas
* Imagem retirada do site Deviantart.
2 comentários:
poema flor de aragonita :)
a palavra, aqui, pousa e agiganta.
belíssimo!
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