Por Germano Xavier
meia-luz. vamos parar o Tempo.
parar o Tempo pode ser voltar no Tempo.
entre a luz e a sombra, assombra sempre
o fantasma do que passa
e do que nos transforma.
gradativa mudança ou brutal revolução,
cada qual com seus caminhos. meia-luz.
vamos lembrar o Tempo. um Tempo.
para isso: quilômetros.
sim, a ampulheta está sobre a mesa.
escutar o Tempo também pode alongar
a vida dos instantes eternos. meia-luz.
em cima do que se ameniza para não ser susto,
ou surto, está a vontade de ler a página esquecida,
aquela última página que pode ser a penúltima
página esquecida, aquela penúltima página
que pode ser a antepenúltima quimera.
meia-luz.
que não sejamos o anteparo, a umbra, a antumbra.
sejamos o Tempo, mesmo líquido, mas o Tempo,
que é de onde todas as insurreições florescem.
sejamos, afastados das sombras das dúvidas,
o Tempo que ensina a fênix a nunca morrer.
o Tempo-Badalo, toante, que unido a outro
de mesmo ritmo, rapidamente se esquece,
sobretudo, do quão tudo mudou. e ficou.
* Imagem: Google
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