segunda-feira, 5 de maio de 2014

Amor invisível


Por Germano Xavier

Eu entro, pulo o muro, rego as orquídeas.
A casa, ainda sei, fica uma rua atrás da minha.


ter um amor invisível
que ver não se consegue
um amor branquinho
e plano e mais sentido
que desponta no silêncio
no grande horizonte
ou no rio
um amor invisível e bom
amigo e amante e indeciso
caminhado e de rumos largos
e lambuzado de poesia

faz bem por tanto mal

ter um amor como o meu
assim invisível
assim de cantinho
assim de canteiro
para só dois pares de olhos
um amor intocado
um amor de um só beijo
um amor de um só amor
porque mais
porque sem quebras
porque sagrado
um amor sem olhado
de arestas aparado
choroso de dar nó

faz mal por tanto bem


* Imagem retirado do site Google.

3 comentários:

Daniela Delias disse...

Choroso de dar nó, nós.

Que coisa mais bonita...

Beijo

Anônimo disse...

Olha que lindo, Germano!
Luísa

Rafael Castellar das Neves disse...

"faz mal portanto bem!"

é realmente isso!

Muito puro o que descreveu!

Abraço