A língua portuguesa, ao contrário do que muitos pensam, não possui apenas cinco (5) vogais. A depender do local onde ela esteja inserida na palavra e tendo como referencial o acento tônico, pode-se vislumbrar a existência de sete (7) fonemas vocálicos. Mais especificadamente na língua portuguesa falada no Brasil, na definição de Câmara Jr. apud Hora (2009), as vogais se definem de acordo com a tonicidade da palavra e com a posição da sílaba em que se encontram, podendo sofrer mutações a depender do processo de neutralização.
A tonicidade das sílabas é o caminho mais oportuno para identificar todas as variações que incluem as vogais. De acordo com tais engenhos, as vogais podem se classificar em: Altas, Média Altas, Média Baixas, Baixas, Anteriores, Posteriores, Não-arredondadas e Arredondadas. Em nível de posicionamento com relação à sílaba tônica, ainda podem ser tônicas (pretônicas, postônicas), átonas, finais e não-finais, além de orais e nasalizadas.
Acerca da nasalização das vogais, ou seja, quando vogais orais são seguidas por um arquifonema nasal, cabe identificarmos dois fenômenos distintos entre si: a nasalidade fonética e a nasalidade fonológica, ambas diferindo-se apenas pelo fato de uma vogal implicar ou não em mudança de significado da palavra.
Bom salientar também que, quando há uma supressão que resulta na redução de mais de um fonema em uma só unidade fonológica, diz-se que ocorreu uma neutralização. Já a harmonização vocálica, diz respeito ao processo em que as vogais pretônicas assimilam o traço de altura da vogal seguinte.
As vogais se configuram de modos os mais diversos possíveis, em termos de sonorização, a depender de seus usos, de seus falantes e das regiões. Para as póstônicas não-finais, visualizamos a ocorrência de um fenômeno denominado de Apagamento, visualizado em todo o território nacional e presente nas falas de todas as classes sociais, das mais pobres até as mais ricas.
Os ditongos designam os encontros entre vogais numa mesma sílaba e podem ser classificados em Crescentes e Decrescentes. Numa sequência vocálica, a vogal assilábica é nomeada de semivogal (glide). No caso dos decrescentes, há a possibilidade de ocorrência da Monotongação, que é quando um ditongo se reduz à qualidade de um monotongo, ou seja, quando um ditongo se realiza numa vogal simples ou a semivogal sofre Apagamento. Ditongos decrescentes que são passíveis de sofrer Redução são chamados de ditongos leves.
As consoantes são componentes silábicos que ocupam as margens silábicas ou que se articulam com algum tipo de obstrução neste mesmo espaço. Quanto ao modo de articulação, as consoantes podem ser: oclusivas, fricativas, nasais, laterais e vibrantes. Quanto ao ponto de articulação, as consoantes podem ser: bilabiais, labiodentais, dento-alveolares, palato-alveolares, palatais, velares, cada qual podendo ser ainda surdas ou sonoras. Ao todos, são 19 fonemas consonantais básicos presentes na língua portuguesa.
Diferentemente das vogais, o ponto de apoio crucial para diferenciação e estudo das consoantes é a posição delas na sílaba. O estudo das consoantes está intimamente ligado ao estudo mais aprofundado das sílabas e, para tal, faz-se necessário o entendimento do que seja Ataque/Rima, Núcleo/Coda, Padrões Silábicos e suas derivações.
Em seu livro Fonética e Fonologia, Hora (2009) ainda enfatiza que a sílaba é uma parte facilmente identificada pelos usuários da língua (falantes da língua), exibe capítulo especial discutindo os caso mais significativos das consoante laterais /l/, suas variantes, sem se esquecer dos róticos, variantes por demais estigmatizadas no Brasil.
BIBLIOGRAFIA
HORA, D. da. Fonética e Fonologia. UFPB, 2009. Disponível em http://goo.gl/ecYlc Acesso em 21 de abril de 2015.
* Imagem: http://estudeemais.blogspot.com/2013/04/gramatica-fonetica.html
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