quinta-feira, 4 de junho de 2015

Nada muito sobre filmes (Parte XVII)

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Por Germano Xavier


MAD MAX II: A CAÇADA CONTINUA

MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA está aí nos cinemas de todo o Brasil. Eu, com muita vontade de assisti-lo, sem conseguir tempo para. Os antigos da franquia foram filmes que marcaram minha adolescência de ver ainda em VHS, num Sharp bem bonitão que ficava lá na estante da minha casa, com painel digital e tudo... Quanta nostalgia! Dia desses, embebido pelo fator refilmagem, resolvi rever MAD MAX II: A CAÇADA CONTINUA (1981), do diretor George Miller. E, oh!, que emoção... o enredo, que é fantástico e muito politizado, permite análises as mais variadas e pertinentes ao nosso olhar-mundo atual, a qualidade do material por si só já encanta aos fãs dos filmes de ambientação pós-apocalíptica, como eu... algumas poucas falhas não tiram a força desta saga de ação incrível. Vamos ao cinema, bucaneiros!


FAUSTO

Denso, poético e perturbador é o filme FAUSTO (2011), de Alexandr Sokurov, mais uma releitura do clássico literário do poeta alemão Goethe para a telona. Quem leu a obra logo irá perceber as adaptações realizadas, por sinal bem marcantes, além de algumas mudanças questionáveis na caracterização das personagens, o que não tira o brilho do material. Cinema, como todos devem saber, não é para reproduzir na íntegra aquilo que já existe em outro suporte, mas antes para ressignificá-lo. Não espere por um filme de desenvolvimento rápido e com preocupações estéticas aos moldes hodiernos. É um filme de arte e deve ser visto como tal. Não chega a ser uma daquelas pérolas do cinema cult, porém é um exemplar imperdível. O final tem uma potência semântica inspiradora. Recomendo a todos os mortais!


A INCRÍVEL HISTÓRIA DE ADALINE

O que achei do filme A INCRÍVEL HISTÓRIA DE ADALINE (2015), de Lee Toland Krieger? Hummm... deixe-me ver... sim: bonitinho, mas ordinário.


MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA

Minha nossa senhora, isso é o que eu chamo de filme de ação! MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA (2015), dirigido por George Miller, superou todas as minhas expectativas. Saí meio atordoado da sala de cinema, procurando loucos escondidos pelos corredores vazios do macabro shopping center vazio. A sensação é a de ter assistido a um filme do tipo "divisor de águas" para o gênero. É um negócio impressionante. Como eles conseguem fazer uma coisa destas?! O filme é estética pura. Só achei que faltou um pouco de contextualização no início, para os desavisados de plantão. Caótico, insano e belo. Recomendo a todos os mortais!


BORBOLETAS NEGRAS

E no meio do turbilhão de coisas por fazer, ainda deu tempo de escapulir um pouco hoje e ir ao SESC assistir ao belíssimo filme BORBOLETAS NEGRAS (2011), dirigido por Paula Van der Oest. O longa-metragem retrata, em tons biográficos, um pouco da vida da poetisa sul-africana Ingrid Jonker (majestosamente interpretada por Carice von Houten), cujos versos encontram sua voz no desejo pela liberdade do povo africano, mais particularmente no tocante ao regime do Apartheid. Jonker é fortemente rejeitada pelo pai por causa de desavenças político-ideológicas. Misture a tudo isso a força de um amor de "esgotamentos". Só para citar: Nelson Mandela, em seu primeiro discurso para o parlamento da África do Sul, em 1994, leu o poema "A Criança que Foi Assassinada pelos Soldados de Nyanga", de Jonker, o que a elevou ao patamar de ícone literário mundial. O fim da história é o mesmo das escritoras Sylvia Plath e Ana Cristina Cesar etc. Recomendo a todos os mortais!


OS VINGADORES 2: A ERA DE ULTRON

Aí na roleta russa dos filmes comerciais em cartaz no cinema, resolvi encarar OS VINGADORES 2: A ERA ULTRON (2015), dirigido por Joss Whedon, pelo fato de até ter gostado da parte 1. Quanto à parte 2, só suportei uma hora e doze minutos. Não percam seus preciosos tempos. Sigamos, bucaneiros!


O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN

O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN (1962), do diretor Arthur Penn, narra o hercúleo esforço da professora Anne Sullivan (Anne Bancroft) ao se deparar com a menina Helen Keller (Patty Duke), cega, surda e muda. Sullivan faz de tudo para que Keller comece a interagir com o mundo que a rodeia, batendo de frente com a família da garota, num árduo processo em direção à aquisição da linguagem que parece, em princípio, não ter possíbilidades para existir. Um filme sobre como o acolhimento bem direcionado pode mudar o rumo de um ser humano em tais condições. A palavra posta como ponte para a plena fuga das escuridões. Rende muito debate, em diversas áreas de se olhar. Recomendo a todos os mortais!


CÁSSIA ELLER

CÁSSIA ELLER (2014), do diretor Paulo Henrique Fontenelle, é um documentário musical de enorme qualidade sobre esta voz-ícone do Brasil-mundo. A produção pega pelo lado das relações pessoais e artísticas de Eller, numa tentativa de desmistificar a imagem "embaçada" da cantora até então construída pela grande mídia. Impossível não reconhecer seu talento e seu legado dentro da música brasileira. Recomendo a todos os mortais!


MINHA QUERIDA ANNE FRANK

MINHA QUERIDA ANNE FRANK (2009), dirigido por Alberto Negrin, é mais um filme que mexe com a narrativa do famoso diário da menina alemã e de origem judaica, Anne Frank. Diferentemente da primeira e clássica filmagem, este exemplar é inspirado no romance de Alison Leslie Gold, e se fixa mais na relação de amizade existente entre Anne e Hannah Goslar, que morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945. O filme não é de um primor artístico-estético, mas contribui para que se aumente as lentes de significação para com a situação histórica embutida. Vale a pena dar uma conferida. Sigamos, bucaneiros!


* Imagem: Google.

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