Por Germano Xavier
Para Alan Sillitoe,
porque poetas nunca morrem.
Para Alan Sillitoe,
porque poetas nunca morrem.
II
E o que jamais teria fim eu amaria.
Eu amaria o que não é término
e o dia de vermelho no sopé,
deitado sobre a serra o verde afoito
dos meus olhos, ao longe, como escuros
acostumados ao que fizemos.
O que guardo é o peso das coisas,
aquele silêncio nunca existido em nada:
a palidez que diz a vergonha das coisas,
o ferimento largo das coisas finas,
a catástrofe do existir das coisas mortas,
a mudez aguda das coisas que falam,
o fósforo que não acende a luz das coisas
sem luz, a ignorância das coisas
que se sabem, seus resíduos de coisas
dormidas nas despensas das casas.
Não guardo a infeliz velocidade das coisas nem seus argumentos de ir.
Não aguardo a coisa que muda o destino das coisas – posto imutáveis!
Aguardo apenas o meu aguardar, que é também o aguardar das coisas.
(Tempo-aquário e o tempo borbulhando preso...)
Eu guardo a água das coisas, a terra das coisas, o ar das coisas –
O fogo.
3 comentários:
Crédito da imagem:
"Lone Tree by *Hengki24"
Deviantart
A Era de Aquário chegou, tomara vivamos em paz. Abraço, Yayá.
E guardando realmente o que importa... o melhor enfim acontece! Lindo G! Gr. Bj.!
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