sábado, 4 de junho de 2011

Fus de soidade


Por Germano Xavier

XII

disse um fu! com desprezo o moreno
disse um ai! cabeçudo de soidade

Doró esperneava enlameado das lamas
das cinzuras das desalegrias dos supostos
e tudo isso os de mal nas esquinas fácil
mas não deixa de ser bem almado
aquele que apeia o próprio fado não
nunquinha não deixa de ser aboiador
de regatos milagreiro e o mais simples
o mais de tudo que se queira crer
avuador leve o estar algodoando
os outros no justar da gente colheita

arante roçante o sulco na terra o
barro febril aberto plantador os sonhos
essas nossas aleivosias de interno abisso
lá longe aqui perto tudo e nada
o ser verbo azul esse demais o mar
é mesmo azul de vidro ele quebra
em ondas vontadeando a umidade eterna

disse um hale! guerreiro menino-fonte
não estranha terra estrangeira engole ela
cozinha ela ajeita no prato das sabenças
e te ergues dando garfadas sendo ela
você inteiro tua casa teu passaporte tua ida

Pastinho mais perto um dia a morte
um dia chega a hora de partir infinito
dividido cortantante partir da terra a fenda

dia de não poder dizer um fu! com desprezo
o moreno do mato garganta seca a hora disso

dia de dizer um ai! cabeçudo de soidade
lembrador passa tudo na gente essa hora vivi?

Um comentário:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"Menino_by_joaofred"
Deviantart