quarta-feira, 19 de março de 2014

Outra dose


Por Germano Xavier

- Garçom, traga-me outra dose!

- É pra já, senhor.

- Uma dose mais forte, pois esta última não foi capaz de deixar-me embriagado!

- Tudo bem, senhor.

- Traga-me uma "overdose", pois essa me fará deslembrar que minhas mãos sangram e que estão muito feridas.

- Não exagere, senhor!

- Rápido, garçom! Não tarde muito, pois já não quero esta sensação dolorida de sentir-se fraco e quase morto. Faça-me o favor, garçom!

- Aqui está, senhor.

- Muito agradecido, rapaz! Faz bem em tornar ébrio um poeta já cansado de não ser ouvido.

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