Por Germano Xavier
para Luísa Fresta, a Dama de Portugal,
com imenso carinho.
"...Sobre as minhas mãos cheias de desenhos de portos
Com grandes naus que se vão e não pensam em voltar...
Pó de oiro branco e negro sobre os meus dedos...
As minhas mãos são os passos daquela rapariga que abandona a feira,
Sozinha e contente como o dia de hoje..."
Do poema Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa.
que chove de lado
esta chuva
de molhadas águas
que molha a passarela
de pedra
o coração da mulher
alva
esta chuva chuvosa
escorregadeira natural
desafiadora dos passos lentos
de quem vai
de quem vem
esta chuva ancestral
qu'encanta brasis
antiga em Portugal
macia de rumo íngreme
esta chuva fenomenal
esta chuva
que chove de lado
esta chuva
de molhadas águas
chuva de bem e de mal
chuva de Pessoa chuva serena
chuva minha imagem real
esta chuva
imensa chuva pequena
é chuva e coro
e também um sinal
Um comentário:
É lindo, Germano, parece que a gente desliza nessa chuva que cai dentro do teu poema...
abração!!!!!!
Luísa
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