quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Não fôssemos um nunca negar

*
Por Germano Xavier

quando teus olhos entristecem
sobre o mar, a noite de alumínio
escorrega até um sumiço - de morte -
e se arreda de mim

perde o viço a perna bamba,
balança que nem rede,
o provérbio das gangorras
se ondeia infindo

tristes, os teus olhos,
partem para lavrar a dor
e interrompem os berços

roda o mundo e se se alegram,
teus olhos - meus -, sob os túrgidos núcleos
das águas rompantes, prateia-se
a espuma branca das portas
de se entrar

o riso, dado por teu riso,
nasce de uma inventada quimera
que só resta em nos contar


* Imagem: Google.

2 comentários:

Maria Eu disse...

Melhor é que os olhos nunca entristeçam!


Beijinhos Marianos! :)

Daniela Delias disse...

Olhos tristes podem ser bonitos, mas também é tão bonito de ver sorrir. Não tem isso, olhos que sorriem? Os meus sorriram aqui.

Poema lindo! Porta de se entrar, G.

Beijo