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Por Germano Xavier
para B.B. King, in memoriam
o som como o passar da língua na serpente
(lambedura de escamas), adoçada máquina 
de entreter o triste azul das conflagrações:
em tons.
era o negro em pureza estético-conteudista
no dedilhar sinuoso dos sonhos em aurora.
rei da bocarra: sudário vivo de um deus musical.
será o som como a nódoa numa roupa sideral
a proposta para os bailes de espírito em incêndio?
de partida, todo um éter poético: Lucille sem ar.
* Imagem:  http://kenmeyerjr.deviantart.com/art/bb-king-4557133

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