* |
Por Germano Xavier
quem peca por saudadear demais
as vistas de vida que já foram
manipuladas outrora ou além
acaba por se saber homem de pedras
e de mãos construtoras de obeliscos
(monumentos do ser fechados em si)
internos mármores que nunca gelam
a saudade é pecado
quando passa dos limites
dos édens e dos erros
quando sai do afresco morto
e desespera-se
para só demonstrar
como suspeitar de que esta dor
em tons de pensamento (do esquecer-se)
sofre alívio quanto mais pulsa
cobra abrigo quando lá dentro se envereda
para morrer (viva)
num estreito beco sem saída
é por isso que as tardes se alaranjam
tonificadas pela vinda dos escuros sóis
estão elas a dizer:
violar o outro é tarefa do coração que ama
mesmo que para amar sejam
demarcadas no sangue da pele
as fugas mais dolosas
* Imagem retirada do site Deviantart.
Nenhum comentário:
Postar um comentário