sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O anverso do maior prêmio

*
Por Germano Xavier

tão fina a teia que urde o poema,
tão frágil a composição que tece o verbo,
tão inocente a luz que, sem saber,
torna amargo e insólito todo não

o Homem passeia pela inexatidão
de suas próprias escolhas, finge-se
de absoluto sem a certeira pegada
imprimir à terra e, rateado,
edita as sortes do coração

vaga
(a errância é o Homem)

e desconhece o passo puro do sofrer
que lhe oportunizou a chance de um agora

sendo em sorteio
a vívida condição presente,
compareceu - aquele Homem que sou -
aos durantes com mãos de obreiro:

concorreu para o júbilo

entre módicos acertos
e o preço das feridas, distinto
somou as regras de operar sacrifícios
e, com senso, concretizou o Amor!

* Imagem: Google.

Um comentário:

Daniela Delias disse...

A errância é o homem. Verso lindo e verdadeiro...

Belo, G.

Beijo