domingo, 4 de setembro de 2011

Signo linguístico e Saussure


Por Germano Xavier

Com base nos conceitos do lingüista suíço Ferdinand de Saussure, o signo lingüístico deve ser definido como uma unidade composta por duas faces diversas: uma face conceitual e uma imagem acústica, que corresponderiam, respectivamente, a significado e significante. O signo “tucano”, por exemplo, é a unidade que une uma face do som “tucano” a uma esfera de pensamento – como, por exemplo, ave silvestre. Ainda de acordo com Saussure, o conceito e a imagem acústica mantêm vínculos de ordem psíquica, já que necessitam de regras pré-modeladas mentalmente para se estabelecerem como signo.

Saussure revela duas características como sendo as principais do signo lingüístico: a arbitrariedade e a linearidade. Para o estudioso, a combinação entre significante e significado é feita de forma arbitrária, imotivada, determinada por convenções e hábitos sociais, fora do poder do indivíduo de criá-lo ou modificá-lo. Sendo assim, não haveria nenhuma ligação natural entre a idéia de “pé” (significado), por exemplo, e a seqüência de sons p-é-s (significante). Saussure destaca como exceção as onomatopéias, que, em sua concepção, remetem direta e objetivamente aos elementos da realidade que evocam.

Para Saussure, o significante, enquanto natureza auditiva, deve ser disposto numa só dimensão de ordem temporal. Tal propriedade, denominada por ele de linearidade, opõe-se aos significantes visuais, já que estes podem explorar mais de uma dimensão no espaço, podendo ser apreendidos simultaneamente e de diferentes maneiras. A partir dessa organização em cadeia, segundo a qual os significantes se sucedem uns após os outros, é possível a estruturação de um sistema lingüístico.

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