Por Germano Xavier
toda casa guarda uma
casa perdida, toda casa
é uma casa esquecida, uma casa
sem casa, uma casa sem casca,
deixada,
um morador.
adormece dentro dela o grito
da criança velha, a idade antológica
da ciranda dos anjos, aborrece
no seio
a paz dos fantasmas,
o uivo das brechas,
a quintessência das brenhas.
a casa não esquece o silêncio,
não apaga a esbórnia
de que o tempo é capaz.
confessa calada, como um coração
pujante, o sangue escorrido
nas alcovas, o lixo despejado sob
o capacho
nem a mágica hora do amor.
toda casa abriga um abismo,
toda casa é uma alma pensa,
uma ferida
auto-curável,
toda casa é um caso
murado com mistérios,
morado pela dor.
Um comentário:
A casa será uma casca que protege e abriga os moradores dos vendavais.
Como as pessoas também as casa morrem nas suas recordações.
A vida faz-se neste acontecer todos os dias...
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