terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Poema chuvestre (um pouco mais de visão)

Imagem: Google
Por Germano Xavier

olho a rua pela mesma janela
da tarde
a rua resta vazia no meio das construções molhadas
percebo que alguns homens ainda se escondem

o dono e a mulher da quitanda
se esquivaram das águas das calhas
e das bicas dos telhados
e agora sorriem risos secos
(eles esperam qualquer coisa para o dia que sobrou)

paro um pouco e pouso no além da praça
vejo uma criança
inaugurando pela milésima vez
a velha gangorra de voar

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