Por Germano Xavier
a voz da poesia ignora o falso
crepúsculo da palavra, a falsa
medida.
o grito poético interfere
e não fere o próprio grito.
que diz o meu poema,
senão meus assuntos corrosivos?
que dirá essa voz poética
quando invadir tão logo possa
tua ciranda interna?
apropriação indébita e tarefa hercúlea,
o poeta - deus em trajos de mortal, em danação,
no saber-se fraco de carnes e comum,
assim como possuidor dum reino nada piadoso
e obsedado por forças angélico-energúmenas -
desamola as lâminas da guilhotina que vara o ar,
num curto espaço abarca a vida inteira
e, duro, retraça a vida-morte com mãos limpas.
2 comentários:
Agradeço pela visita! Voltarei aqui mais vezes também.
Só não entendi o "C," no seu comentário em meu blog! rsrs!
Ah, sim! Clarice, Clarice!
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