domingo, 6 de junho de 2021

Poemas estranhos e estrangeiros (Parte IX)




 Por Germano Xavier


Perambulações medievais


vislumbrei Rotterdam e Antuérpia. vislumbrei.

no continuar do plano de rota o destino era a Veneza do Norte, ali 

pela região dos Flandres. no entorno de seu centro, muitos jovens

e muitas bicicletas. enquanto tomava fôlego para desbravar a medieval

cidade belga, parei em um típico bar local. 


um café, por favor.


antes de sair, conheci o curioso banheiro do estabelecimento.

havia uma singular atmosfera literária no ambiente.

porém, após uma rápida parada para colocar o pensamento no lugar, 

entrei pelas ruas e vielas de Bruges. 


canais me acompanhavam feito serpentes

a dar botes em minhas vistas extasiadas. a sensação do medievo

ainda por lá é viva, apesar das camadas capitalistas e multinacionais 

que maculam qualquer aura inocentemente pura das visagens.


os ponteiros do relógio novamente me enganavam.

sete da noite e o sol era ainda uma tarde em brotos.

após uma refeição aos modos de almoço rápido, 

parti para o Julgado Provincial, 

para um momento musical no Campanário

e para uma subida ao Museu da Cerveja.


Bruges guardava um azul tônico no céu mesmo em alta noite.

os tijolos à mostra de suas construções seculares remetiam ao seu famoso chocolate.

quando a noite parecia já querer cair tardiamente, estava eu bem no meio da Grande Praça

a contemplar longas memórias além-Atlânticas.

ali fiquei por minutos a contemplar detalhes.


fechei as cortinas do hotel. 

boa noite, Belgium.


(Tarde e noite de 14 de junho de 2017)


Imagens: Germano Xavier

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