Por Germano Xavier
Aromas do Norte
Haia, a terceira via holandesa,
apareceu como quem não queria nada. Foi apenas
um pouso, verdade seja dita. Fluido.
Sede governamental sem ser, ela,
a capital. Aqui é onde mora o Rei. E ele não está nu.
Admirei o Binnenhof, um dos prédios da Corte.
Mas, por um instante, senti um estranho cansaço.
A Europa, por vezes, e em determinadas partes
de seu território, parece ser um grande bloco-uno,
em diversos aspectos, e este fato
também pode ser percebido na arquitetura,
no paisagismo, sem grandes dificuldades.
Driblei turistas e tomei o rumo de um mercado
que havia avistado do outro lado da rua.
Ali, dentro do estabelecimento,
tomei o suco de laranja mais laranja da minha vida,
observei um Canta LX e pensei em toda uma problemática urbanóide.
todavia, não foram os minicarros nem os vistosos prédios
dos diferentes tribunais mundiais espalhados pela cidade
que mais me chamaram a atenção. havia algo
que tomava conta daquele dia.
um cheiro se aprofundava em meu organismo.
era o Mar do Norte, vivo no horizonte oeste.
bucaneiros sabem quando as abissais águas do mundo
dançam sob os astros.
(Manhã de 15 de junho de 2017)
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