Por Germano Xavier
E nem o brusco movimento articulado de suas largas
compressões endurecidas
pelas linhas cartográficas
cegas, largadas ao deserto, mentiria nossa ira afiada
por esta estrada de túneis e de amarras ao nada.
Giram em forças que desatam laços os densos lençóis de aço das águas,
ou as léguas da língua,
pegadas da pedra fundamental do destino e dos partos.
A mirada espelhar das vestes da lembrança
tortura.
E se não se fartar em tanto, feriremo-nos dentro do que não há
porque na secura nosso peso envergaria mais que o suportável
do corpo,
(eis o complexo do todo)
mais do que nossa comum e avessa mandíbula humana
aguentaria. Porque não somos homens imortais,
assim
de restrito retrato
ou memórias manchadas a sangue.
Dos nossos restos um composto de matéria pode imperar.
De nossas galáxias um dejeto ou uma idéia.
(E quando blindamos os nossos fantasmas?)
E quando no nada o nada em que nos transformamos
vira ânsia ao redor do nada que não concentramos?
Não iremos embarcar numa teia de aventuras,
tampouco cairemos céticos no exótico limite das correntes?
A calda remanescente das lamas esporais
tende – não é certo -,
a afundar os monstros de qualquer esgoto.
Ademais é abandono.
8 comentários:
Crédito da imagem:
"Human labyrinths ...
by ~tuminka"
Deviantart
Amo o implícito...As entrelinhas...Nada de óbvio...Delícia de espaço! Depois passa no Escrevência.
Excelente cronoca. Harmoniosa e realista.
www.vivendoteologia.blogspot.com
Estive aqui por indicação do blog da Ana. Voltarei com mais tempo para ler os seus textos com o respeito que eles merecem. Bjs
Surpreendente é esta complexidade resumida em dor, tão particular, falar tão perfeitamente com mais gente.
E brilhantemente.
Beijos.
O doer da dor.
Deixo um abraço fraternal acompanhado de muita inspiração.
Que você tenha um lindo domingo, amado.
Bj
Nicinha
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