quarta-feira, 1 de junho de 2011

Cantares de preservo


Por Germano Xavier

I


guardei o que não se guarda,
lâmpadas de deserto, películas sem cor,
eternas canções de águas rasas

e alguns amores tantos - outros nem -,
valises inabitáveis e uma baça dor...
e sendo assim, eu, nu e em face levantada,
no fechado navio de machucados peço

que nunca se apercebam de mim,
mesmo se em transe estiver o meu estado,

eu, este pobre molhado,
que só guardou o que jamais seria fim...

6 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"solitude 1 by ~Puss-in-black"
Deviantart

marlene edir severino disse...

Ah essas valises
de tantas dores,
intransponíveis...

Anônimo disse...

Ninguém pode julgar a maneira do outro de se eternizar.

Belo poema!

Ira Buscacio disse...

Esquecer jamais!
Coisa mais linda, G!
Bj

Jan Góes disse...

O importante é fazer museu as coisas particularmente consagradas.

Sem mais disse...

Guardei...

Perfeito!