Por Germano Xavier
Degolai-vos, pobres criaturas mortais,
porque não sedes nada diante da ventania,
esta nobre chama invisível e branca
que nos aterroriza intensamente...
... e as brisas suaves
de camarote as vejo,
e sinto se encontrarem
por entre meus flancos.
Cortai-vos as carnes, vossas fraquezas,
vossos pandemônios indecifráveis,
que nos corroem nas íngremes distâncias...
Ah, somos tão pequenos e frágeis,
que nos tornamos noites brancas
recheadas de incontáveis desesperos.
Oh, grandes esperanças, hei de nutri-las!
Serei ainda neste mundo um gato,
a olhar de soslaio
e com ar de desinteresse
para os recantos sujos
de onde os doze cézares abriram seus maxilares.
Degolai-vos, a si próprios,
pois é dos sinceros a alva nuvem dos céus!
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