domingo, 31 de março de 2013

Quem quiser um sobre climas


Por Germano Xavier

o sol arde. arde como todo sol há de arder. e a Terra esquece, por um minuto, de que em sua superfície habita uma criatura frágil e debilitada. forja-se, no sempre e no todo, o rumor da falsidade no exato momento em que cria-se a mentira. cada um é o espelho de seu banheiro, de sua sociedade, de seu próprio olhar estático ou transitório, da quentura ou frieza de sua cama. cada um leva o passo que dá, o caminho e a vontade, sua luta. o pior, por vezes, é que, longe de qualquer metáfora de esquina, deixamos de acreditar, sob os auspícios de inumeráveis tipos de restrição, nas instâncias mais obscuras das palavras. a palavra que, como um ser-pessoa, torna-se capaz de exprimir sensações e o tudo. e aí o sol que queima é o mesmo que dá espaço ao frio das relações de inverno. todas as folhas, assim, um dia caem da copa e o inverno acaba. o tempo é esse. o tempo que é sempre. o homem que não. todavia, enquanto não chega o entardecer nevoento, tentar cuidar das partes que nos afligem é sempre um bom começo para uma nova estação.

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