Por Germano Xavier
Tenho experiências em abismos.
Ziraldo, eu também inaugurei sentimentos!
É da tua forma, em vôos, que me batizo.
É da tua forma, em vôos, que sonho sonhos.
É da tua forma que é minha forma,
da minha forma sem forma.
Eu comia uma manga verde quando senti rudeza.
Eu furtava rosas quando notei tristeza.
Eu tomava mel de colherzinha no pires marrom
de mainha, e percebia aspereza.
Deitado, no chão encerado e vermelho,
manchava-me de solidez nos verbos irregulares da gramática.
Como era fria a gramática que sempre amei!
Assim foi com o medo,
experimentado em árvores.
Desse jeito foi com a paixão, vitimada em saltos, muros e aventuras.
Era no trajeto da bola no céu viajando
que eu aprendia os espaldares da minha alma.
Assim foi com tudo.
Assim foi com todos.
E eu, também, que mesmo no buraco das coisas
ainda arrumava tempo para construir aeroplanos!
Um comentário:
E é assim, aeroplanos, poemas...a beira do abismo faz criar.
Beijo, G.
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