Por Germano Xavier
eu tenho o mundo na parede
do meu quarto,
um mundo de amanhãs,
de manhãs de aprendizados,
um mundo de manhas e antemanhãs.
é no azul do mundo, do meu mundo,
que todo dia vou deixando de existir.
e no oceano vou fincando,
à praia, em lógica distância,
minha alma intimorata,
tal qual o rio de Heráclito,
presa apenas às automáticas passagens.
a palavra é a água, a palavra é o fundo
do mar. eu sou o peixe profano,
nadando na rua aquática,
engolindo o verbo impossível
desta geografia agreste de inutilmente zarpar.
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