Por Germano Xavier
para Manoel de Barros
para Manoel de Barros
Cabeludinho não joga mais
no Porto de Dona Emília.
Cabeludinho disaprendeu?
Isqueceu de aprender, o Cabeludinho?
Saiu de casa cedo.
Quando menino, quase que
nem de casa saía.
Pobrezinho do Cabeludinho!
Os postes tão altos, acesos
lá fora,
na rua brilhando,
e ele
brincando de se esconder,
de si mesmo.
Para ele, nada como brincar de esconde-esconde.
A diferença é que na rua
os meninos procuravam outros meninos.
Já Cabeludinho não.
Cabeludinho gostava era de procurar
explicações para os sentimentos das torneiras abertas.
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