Tem-se discutido muito no meio educacional a prática de ensino de gramática, principalmente pelo fato de que os educadores e/ou as instituições privilegiam o uso da gramática normativa, desconsiderando todas as demais formas de gramática. A adoção da gramática normativa, tida como a única que deve ser considerada, acarreta num total clima de preconceito, já que a mesma põe como errado tudo o que propõem as demais gramáticas existentes, estas passam a receber o rótulo de errôneas, desacreditadas.
É oportuno, portanto, abrirmos este canal de discussão a respeito da prática que vem ocorrendo no ensino de gramática de Língua Portuguesa em sala de aula, principalmente, com seus principais difusores: os educadores.
O bom professor pode até errar, mas, mesmo no seu erro, ele busca desenvolver capacidades em seus alunos. Com o bom professor de Língua Portuguesa não é diferente, este procura suscitar em seus alunos, a maravilhosa maneira de olhar a sociedade em que está inserido pela ótica da criticidade, pois, esta é a melhor forma de o indivíduo tornar-se cidadão, tornar-se um agente transformador do seu meio e de si mesmo.
É com o objetivo de conhecer que concepção os professores de Língua Portuguesa de uma escola estadual da Cidade de Petrolina – PE têm em relação ao ensino de gramática que esta pesquisa se destina. Pois, julgamos que estes são os principais responsáveis pelo ensino - que fique bem claro que não os concebemos os únicos -, mas os primeiros, e como tais, vemos neles os principais agentes modificadores de quaisquer mudanças na área educacional.
Baseando-se em entrevistas feitas com educadores que atuam na área, esta pesquisa procurará perceber a real percepção tida pelo profissional de Língua Portuguesa em relação ao ensino de gramática.
Os resultados alcançados por esta pesquisa não terão o propósito de definir metodologias para a prática de ensino de gramática em sala de aula, contudo, os resultados obtidos poderão contribuir para uma efetiva e democrática discussão do modo como vem ocorrendo em sala de aula o ensino de gramática, bem como, poderão a vir ocorrer.
O mundo vive a era da globalização, onde a informação está cada vez mais rápida, mais próxima do cidadão. Este chega a se perguntar se de fato consegue interpretar tudo que chega a si. Tem-se a informação, mas não se tem a capacidade de absorção da mesma maneira rápida com que chega.
Esta era é muito dinâmica, tudo muda a todo instante. A política se transforma da noite para o dia, a economia muda em minutos, novos valores surgem e os velhos são transformados em preconceitos. É a sociedade do consumismo vivenciando sua sina. É o tempo da efemeridade, onde tudo é passageiro.
Assim, a escola atual busca formar cidadãos preparados para atuarem neste mundo ligeiro, complexo. Esses cidadãos, no entanto, não podem, não devem ser meros espectadores desta sociedade que se modifica a todo momento. Precisam, sim, ser a diferença, precisam ser agentes capazes de transformá-la num mundo mais justo - no sentido amplo da palavra -, num mundo mais humano.
Os alunos transformados em cidadãos conscientes, frutos de nossos sonhos, são os capazes de atuar em vários campos, capazes de saberem fazer uso da informação com a mesma rapidez que a recebem. Estes são os alunos multiletrados, feitos cidadãos multiletrados.
Se é fato que o homem necessita ser múlti para ser capaz de (sobre)viver numa sociedade tão diversa, da mesma forma, o aluno não pode se deparar com apenas uma concepção de gramática na escola. E, sabendo-se que são os professores os principais responsáveis pelo ensino de gramática na escola, pergunta-se:
Que concepção tem o professor de língua Portuguesa em relação ao ensino de gramática em uma escola estadual do município de Petrolina – PE?
O uso da gramática nas aulas de Língua Portuguesa nas escolas, geralmente, vem fomentando inúmeras discussões ao longo dos anos. À luz da razão, almejamos, desse modo, mostrar as incoerências e divergências gramaticais concernentes ao método de ensino posto em prática em escolas públicas e particulares de nossa região.
Partindo de tais pressupostos, e já realizando uma análise dessas incoerências, partimos de como Bechara (1982, p.199) conceitua período: “chama-se período o conjunto oracional cuja enunciação termina por silêncio ou pausa mais apreciável, indicada normalmente na escrita por ponto”.
Notando a obscuridade da conceituação, Bechara simplifica-se no parágrafo posterior, dizendo ser “período simples o constituído por uma só oração”. O que se entende por conjunto oracional? É a reunião das partes que constituem um todo.
Se fôssemos confrontar a idéia de Bechara com a de outro autor ou estudioso da língua portuguesa, veríamos uma variação considerável na maneira de se pronunciar sobre um mesmo caso, o que abre espaço para constantes debates e discussões acerca do problema gramatical.
Como o aluno pode absorver esses conceitos “eloquentes” ou “retóricos”, e que procedimentos ele utilizará para o enfrentamento de concursos públicos e vestibulares? É por isso que se a classe docente não fizer uma antecipada avaliação do livro didático que possivelmente será adotado estar-se-á acomodando funcionalmente e permitindo ao aluno crer em tudo quanto o livro contiver, sem revelar a ele a real face dos acontecimentos.
Toda essa conjuntura errática não cessa por aqui. Percebendo essa miscelânea, o estudante volta-se para a criticidade, inquirindo o professor na explicação desses absurdos. Por vezes, o professor, radical como o gramático, escanteia a participação do discente, pois não dominando a Gramática Normativa, aquele termina por classificá-lo como perturbador e agente desordeiro. Tal postura do aluno atinge diretamente o rendimento da aprendizagem, muitas vezes deixando sequelas a ponto de incompatibilizá-lo com a matéria e, também, com o professor. Desse modo, transmite-se uma visão distorcida sobre o ensino da língua - o “decoreba” de uma infinidade de regras e de exceções -, o que complica a vida do aluno, mormente daquele advindo de camada social menos privilegiada.
Hoje há uma tentativa de se anular as diversidades linguísticas referentes a diferenças e conflitos existentes entre grupos etários e étnicos e, sobremaneira, entre classes sociais. Podemos prescrever que a gramática tem se comportado como o objeto do ensino de Português no Brasil e não a língua. Consequentemente, estão sendo difundidos aos alunos de todas as faixas etárias, em principal aos do Ensino Médio, conceitos linguísticos falhos. Sobre esse ensino, praticado pelas escolas públicas e particulares, verifica-se uma incompreensível prática que é a de encher a cabeça do estudante com elementos inúteis e confusos.
Considerando a diminuta representatividade desse conhecimento, imposto ao aluno como verdadeiro crime, Geraldi afirma que “O ensino da língua foi desviado para o ensino da teoria gramatical”. (1987, p. 21).
Ora, se a função da escola é o ensino da língua padrão, não é com teoria gramatical que ela concretizará seu objetivo. Tais contrastes na forma de se encontrar com esses temas desestimulam o estudo da língua, pois, quando o estudante pensa haver entendido os conteúdos trabalhados em sala de aula, ilude-se ao se deparar com determinadas construções, pois não consegue chegar ao entendimento do enunciado, resultando em frustrações, reprovações e recriminações que começam no seio da própria escola e o velho preconceito de que não sabe português, mas, como é possível que um brasileiro nato, falante do português não sabe a sua própria língua? Sabe sim, o português para um aluno brasileiro é parte dissociável, é componente de sua própria personalidade.
Todos esses aparatos gramaticais tradicionais são frutos de uma preocupação da escola em mostrar ao estudante a língua considerada padrão pela elite cultural, que insiste em se modelar através e a partir dos clássicos e dos grandes nomes.
Observando essa particularidade, as regras gramaticais foram geradas e logo voltadas para o uso literário dos renomados escritores do passado, recebendo o título de Gramática Tradicional.
Com base na análise desses fenômenos, ressaltamos dois equívocos cruciais: o primeiro, consiste na rígida separação da língua escrita da falada; o segundo, no modo de se encarar a mudança e mutabilidade das línguas, fatalidade concebida por muita gente até hoje. Por conseguinte, enquanto não houver uma proposta pedagógica habilitada a eliminar esses equívocos existentes no ensino da língua e uma mudança substancial das motivações ideológicas que sustentam esse ensino mutilador e segregador, a Gramática Tradicional permanecerá como alvo crítico dileto, embora reconhecendo ser ela a fatorial referência para os Ensinos Fundamental e Médio.
O resultado disso é a submissão da língua à gramática. Mas, como? Por que meios? Com os séculos sendo atravessados a todo vapor, a Gramática Tradicional mudou de roupagem, preservando o seu conteúdo, isto é, passou a denominar-se de Gramática Normativa. Assim, a Gramática Tradicional tornou-se uma ferramenta ideológica que tem a função de descrever e concretizar como leis e padrões as manifestações lingüísticas usadas pelos escritores considerados dignos de admiração em qualquer tempo e espaço, modelos a serem imitados.
Segundo Bagno:
Com a instrumentalização da Gramática Normativa em mecanismo ideológico de poder e de controle de uma camada social sobre as demais, formou-se essa “falsa consciência” coletiva de que os usuários de uma língua necessitam da Gramática Normativa como se ela fosse uma espécie de fonte mística da qual emana a língua “pura”. Foi assim que a língua subordinou - se à gramática. (2000, p. 87).
Por fim, permanece a questão, mais viva que nunca: devemos ou não utilizar a gramática nas aulas de Língua Portuguesa?
Indubitavelmente que sim, embora saibamos que ela em si não ensina ninguém a falar, contudo, auxilia na medida em que leva a uma reflexão da língua.
Bagno é de opinião que
A gramática deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisa, que possibilitem ao aluno a produção de seu próprio conhecimento lingüístico, como uma arma eficaz contra a reprodução irrefletida e acrítica da doutrina gramatical normativa. (2000, p. 87).
Tendo em vista o conceito de Bagno, o professor de Português deixaria o seu estágio de “sedentarismo intelectual”, e passaria a ser dinâmico, deixando de ser apenas um aparelho repetidor da doutrina gramatical normativista, que ele mesmo não domina de modo integral.
À vista das considerações aqui pronunciadas, conclui-se que a gramática não consegue ser única fonte para o ensino da língua nas entidades escolares, bem como a ser intitulada como o conjunto normativo da linguagem, num âmbito generalizante.
Assim posto, no comenos em que o aluno entender que as regras da norma culta são passíveis de variações é que o uso de uma forma pode vir a ser tida como normal numa modalidade lingüística. Também se faz de extrema urgência que gramáticos, e demais estudiosos da língua, formem uma simbiose e não uma relação parasitária, para que haja cada vez mais espaço dentro de sala de aula para o ensino de “gramáticas”, e que a elite cultural caia na racionalidade e na admissão intelectual de que houve mudanças abissais na língua padrão fomentado pela Gramática Tradicional, que no Brasil fala-se um português brasileiro, de personalidade própria, discrepante do português de Portugal. Agindo assim, tendemos a extinguir as discriminações rígidas que a escola insiste em praticar.
Tem-se discutido muito no meio educacional a prática do ensino de gramática, principalmente pelo fato de que os educadores e/ou as instituições privilegiam o uso da gramática normativa, desconsiderando todos os demais tipos de gramática. A adoção da gramática normativa, tida como a única que deve ser considerada, acarreta num total clima de preconceito, já que a mesma põe como errado tudo o que propõem as demais gramáticas existentes, estas passam a receber o rótulo de errôneas, desacreditadas.
É oportuno, portanto, abrirmos este canal de discussão a respeito da prática que vem ocorrendo no ensino de gramática de Língua Portuguesa em sala de aula, principalmente, com seus principais difusores: os educadores.
O bom professor pode até errar, mas, mesmo no seu erro, ele busca desenvolver capacidades em seus alunos. Com o bom professor de Língua Portuguesa não é diferente, este procura suscitar em seus alunos, a maravilhosa maneira de olhar a sociedade em que está inserido pela ótica da criticidade, pois, esta é a melhor forma de o indivíduo tornar-se cidadão, tornar-se um agente transformador do seu meio e de si mesmo.
Foi com o objetivo de conhecer que concepção os professores de Língua Portuguesa de uma escola estadual da Cidade de Petrolina – PE tinham em relação ao ensino de gramática que esta pesquisa se destinou. Pois, julgamos que estes são os principais responsáveis pelo ensino - que fique bem claro que não os concebemos os únicos -, mas os primeiros, e como tais, vemos neles os principais agentes modificadores de quaisquer mudanças na área educacional.
O uso da gramática nas aulas de Língua Portuguesa nas escolas, geralmente, vem fomentando inúmeras discussões ao longo dos anos. À luz da razão, almejamos, desse modo, mostrar as incoerências e divergências gramaticais concernentes ao método de ensino posto em prática em escolas públicas e particulares de nossa região.
Partindo de tais pressupostos, e já realizando uma análise dessas incoerências, partimos de como Bechara (1982, p.199) conceitua período: “chama-se período o conjunto oracional cuja enunciação termina por silêncio ou pausa mais apreciável, indicada normalmente na escrita por ponto”.
Notando a obscuridade da conceituação, Bechara simplifica-se no parágrafo posterior, dizendo ser “período simples o constituído por uma só oração”. O que se entende por conjunto oracional? É a reunião das partes que constituem um todo.
Se fôssemos confrontar a idéia de Bechara com a de outro autor ou estudioso da língua portuguesa, veríamos uma variação considerável na maneira de se pronunciar sobre um mesmo caso, o que abre espaço para constantes debates e discussões acerca do problema gramatical.
Como o aluno pode absorver esses conceitos “eloqüentes” ou “retóricos”, e que procedimentos ele utilizará para o enfrentamento de concursos públicos e vestibulares? É por isso que se a classe docente não fizer uma antecipada avaliação do livro didático que possivelmente será adotado estar-se-á acomodando funcionalmente e permitindo ao aluno crer em tudo quanto o livro contiver, sem revelar a ele a real face dos acontecimentos.
Toda essa conjuntura errática não cessa por aqui. Percebendo essa miscelânea, o estudante volta-se para a criticidade, inquirindo o professor na explicação desses absurdos. Por vezes, o professor, radical como o gramático, escanteia a participação do discente, pois não dominando a Gramática Normativa, aquele termina por classificá-lo como perturbador e agente desordeiro. Tal postura do aluno atinge diretamente o rendimento da aprendizagem, muitas vezes deixando seqüelas a ponto de incompatibilizá-lo com a matéria e, também, com o professor. Desse modo, transmite-se uma visão distorcida sobre o ensino da língua - o “decoreba” de uma infinidade de regras e de exceções -, o que complica a vida do aluno, mormente daquele advindo de camada social menos privilegiada.
Hoje há uma tentativa de se anular as diversidades lingüísticas referentes a diferenças e conflitos existentes entre grupos etários e étnicos e, sobremaneira, entre classes sociais. Podemos prescrever que a gramática tem se comportado como o objeto do ensino de Português no Brasil e não a língua. Conseqüentemente, estão sendo difundidos aos alunos de todas as faixas etárias, em principal aos do Ensino Médio, conceitos lingüísticos falhos. Sobre esse ensino, praticado pelas escolas públicas e particulares, verifica-se uma incompreensível prática que é a de encher a cabeça do estudante com elementos inúteis e confusos.
Considerando a diminuta representatividade desse conhecimento, imposto ao aluno como verdadeiro crime, Geraldi (1987, p. 21) afirma que “O ensino da língua foi desviado para o ensino da teoria gramatical”.
Ora, se a função da escola é o ensino da língua padrão, não é com teoria gramatical que ela concretizará seu objetivo. Tais contrastes na forma de se encontrar com esses temas desestimulam o estudo da língua, pois, quando o estudante pensa haver entendido os conteúdos trabalhados em sala de aula, ilude-se ao se deparar com determinadas construções, pois não consegue chegar ao entendimento do enunciado, resultando em frustrações, reprovações e recriminações que começam no seio da própria escola e o velho preconceito de que não sabe português, mas, como é possível que um brasileiro nato, falante do português não sabe a sua própria língua? Sabe sim, o português para um aluno brasileiro é parte dissociável, é componente de sua própria personalidade.
Todos esses aparatos gramaticais tradicionais são frutos de uma preocupação da escola em mostrar ao estudante a língua considerada padrão pela elite cultural, que insiste em se modelar através e a partir dos clássicos e dos grandes nomes.
Observando essa particularidade, as regras gramaticais foram geradas e logo voltadas para o uso literário dos renomados escritores do passado, recebendo o título de Gramática Tradicional.
Com base na análise desses fenômenos, ressaltamos dois equívocos cruciais: o primeiro, consiste na rígida separação da língua escrita da falada; o segundo, no modo de se encarar a mudança e mutabilidade das línguas, fatalidade concebida por muita gente até hoje. Por conseguinte, enquanto não houver uma proposta pedagógica habilitada a eliminar esses equívocos existentes no ensino da língua e uma mudança substancial das motivações ideológicas que sustentam esse ensino mutilador e segregador, a Gramática Tradicional permanecerá como alvo crítico dileto, embora reconhecendo ser ela a fatorial referência para os Ensinos Fundamental e Médio.
O resultado disso é a submissão da língua à gramática. Mas, como? Por que meios? Com os séculos sendo atravessados a todo vapor, a Gramática Tradicional mudou de roupagem, preservando o seu conteúdo, isto é, passou a denominar-se de Gramática Normativa. Assim, a Gramática Tradicional tornou-se uma ferramenta ideológica que tem a função de descrever e concretizar como leis e padrões as manifestações lingüísticas usadas pelos escritores considerados dignos de admiração em qualquer tempo e espaço, modelos a serem imitados.
Segundo Bagno:
Com a instrumentalização da Gramática Normativa em mecanismo ideológico de poder e de controle de uma camada social sobre as demais, formou-se essa “falsa consciência” coletiva de que os usuários de uma língua necessitam da Gramática Normativa como se ela fosse uma espécie de fonte mística da qual emana a língua “pura”. Foi assim que a língua subordinou - se à gramática. (2000, p. 87).
Por fim, permanece a questão, mais viva que nunca: devemos ou não utilizar a gramática nas aulas de Língua Portuguesa?
Indubitavelmente que sim, embora saibamos que ela em si não ensina ninguém a falar, contudo, auxilia na medida em que leva a uma reflexão da língua.
Bagno é de opinião que
A gramática deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisa, que possibilitem ao aluno a produção de seu próprio conhecimento lingüístico, como uma arma eficaz contra a reprodução irrefletida e acrítica da doutrina gramatical normativa. (2000, p. 87).
Tendo em vista o conceito de Bagno, o professor de Português deixaria o seu estágio de “sedentarismo intelectual”, e passaria a ser dinâmico, deixando de ser apenas um aparelho repetidor da doutrina gramatical normativista, que ele mesmo não domina de modo integral.
À vista das considerações aqui pronunciadas, conclui-se que a gramática não consegue ser única fonte para o ensino da língua nas entidades escolares, bem como a ser intitulada como o conjunto normativo da linguagem, num âmbito generalizante.
Assim posto, no comenos em que o aluno entender que as regras da norma culta são passíveis de variações é que o uso de uma forma pode vir a ser tida como normal numa modalidade lingüística. Também se faz de extrema urgência que gramáticos, e demais estudiosos da língua, formem uma simbiose e não uma relação parasitária, para que haja cada vez mais espaço dentro de sala de aula para o ensino de “gramáticas”, e que a elite cultural caia na racionalidade e na admissão intelectual de que houve mudanças abissais na língua padrão fomentado pela Gramática Tradicional, que no Brasil fala-se um português brasileiro, de personalidade própria, discrepante do português de Portugal. Agindo assim, tendemos a extinguir as discriminações rígidas que a escola insiste em praticar.
REFERÊNCIAS
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: Uma proposta para o ensino de gramática no ensino de 1o e 2o graus. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
NEVES, Maria Helena Moura. Gramática na escola. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1991.
PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Rêspel, 2005.
BAGNO, Marcos. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Loyola, 2000.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática brasileira. São Paulo: Nacional, 1982.
GERALDI, João Wanderley. (org.). O texto na sala de aula: Leitura e produção. 8. ed. Cascavel, PR: Assoeste, 1991.
Nenhum comentário:
Postar um comentário