terça-feira, 8 de abril de 2014

Meu caderninho vou riscar na madrugada



Por Germano Xavier

Meu caderninho vou riscar na madrugada,
versos escrever, fazer desenhos de saudade.
Sentindo frio, vou eu tecendo, sem maldade,
no alvo papelzinho uma rima tal malacabada.

E desse jeito vou ver nascer o poema perfeito,
com o qual, também, dou a ti o meu presente.
Que me perdoe o preço raso ou luxo ausente,
mas meu presente é de amor somente feito.

No final da folha, com a tinta ainda quente,
desembrulho, lento, o laço de toda surpresa.
O agora quis, muito e tanto e incrivelmente,

que vi riachos em meus olhos de represa.
Sozinho quis escrever você num só minuto,
no tempo ter e ser seu bom sentido e resoluto.

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